terça-feira, 8 de abril de 2014

SINAL DE “STATUS”

Lá se foram os tempos em que convidar alguém para uma moradia requintadamente montada era o grande sinal de “status”.
Tudo era feito com muita formalidade, e as pessoas se esmeravam em receber, não tanto por carinho os velhos amigos, mas, principalmente, para mostrar poder aos novos.
Claro que isso ainda acontece nas altas camadas sociais em que os encontros são sempre em função de novos empreendimentos financeiros promissores.
O prazer da simples convivência e da mera troca de ideias é o que menos conta. Apenas são contabilizados os lucros auferidos durante os momentos de trabalho em que se transformaram esses eventos.
No entanto, a sociedade foi mudando seus hábitos e esses encontros passaram a acontecer em restaurantes renomados, tudo em função do incremento da gastronomia mundial. Assim, as aparências podem ser mantidas com mais facilidade e com menos investimento.
 A classe média, sempre sonhadora no que se refere ao item ascensão, tenta copiar essas práticas, claro que de uma maneira menos ostensiva e, algumas vezes, com algum sucesso.
Talvez por tudo isso nos encantem tanto “os churrascos” e os “pagodes” proporcionados pelas classes menos abastadas, que transformam as suas “lages” em templos de alegria e descontração.
Lá, o amor pode fluir desconectado de falsos interesses e, portanto, dando vazão às verdadeiras manifestações de afeto.
Nunca paramos para pensar nisso, mas de certa forma todos nos questionamos como pessoas que passam por tantas dificuldades conseguem fazer da vida uma fonte de grande prazer, tudo regado à espontaneidade. Fácil saber o segredo.
Voltando aos poucos privilegiados jovens. O grande sinal de status é o automóvel que possuem. Essa máquina os torna poderosos, confiantes e grifados, não mais importando quem a pilota.
Não por acaso, qualquer jogador de futebol em ascensão, trata logo de comprar a sua Ferrari ou a sua Lamborguini, essa última mais sofisticada.
Reiteram que mulheres são extremamente bem impressionadas diante da visão de uma bela máquina, que passa a funcionar como um cartão de visitas coerente com o mundo das celebridades.
Nesse mundo das futilidades perdem-se pessoas que se viram ainda muito jovens tomadas por qualquer tipo de grande sucesso.
É o caso do cantor americano de 19 anos que se vê preso nesse labirinto, embaralhado nesses falsos valores que o dinheiro proporciona e tornado-se manchete das páginas policiais de todo o mundo.
O mais lamentável é que todos esses sinais de status são rapidamente descartáveis e necessitam de substituições rápidas e sucessivamente mais impactantes.
Afinal, a alta tecnologia em aprimoramento dos bens de consumo trabalha em função disso.
As pessoas vão se tornando presas alienadas desse mercado voraz, cuja meta nunca é atingida.
Momentos de paz conseguem apenas através do álcool e das drogas, capazes de anestesiar por alguns momentos a busca insana por esse status fabricado pela sociedade de consumo e vendido como paraíso terrestre.
Enfim, esse é o mundo atual, ainda que outras gerações tenham dificuldade em aceitar, mesmo tentando compreender.

Gabriel Novis Neves
30-01-2014

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