quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

SEMELHANÇA


A primeira ação de Mauro Mendes como prefeito de Cuiabá foi semelhante à do governador Pedro Pedrossian, em 1966, ao assumir o governo do Estado de Mato Grosso - ainda não dividido.
O nó da administração pública, historicamente, vem sendo a Saúde Pública. Dessa forma o gestor tem que demonstrar com atos, e não simplesmente com discursos, que ela será prioridade para o governo.
Pedro visitou o Hospital Colônia de Alienados do Coxipó da Ponte. Mauro, o Pronto Socorro Municipal.
Estes hospitais passaram para a história como uma verdadeira chaga, fazendo de Cuiabá uma cidade desumana.
Pedro também encontrou um “esqueleto” na Rua Treze de Junho e o entregou equipado e funcionando para a Sociedade Beneficente e Maternidade de Cuiabá – o Hospital Geral e Maternidade, hoje transformado em Hospital Geral Universitário (HGU).
Ainda criou em Cuiabá a Escola de Medicina, implantada pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Mauro, ao visitar o Hospital do Pronto Socorro, reproduziu o compromisso de um líder comprometido com transformações.
Em 1966 tivemos um governador que priorizou a Saúde Pública, não apenas construindo hospitais, mas, principalmente, formando e qualificando recursos humanos para o atendimento à saúde, valorizando os seus profissionais e favorecendo a população, não apenas de Cuiabá, mas de toda a região.
Mauro Mendes com o seu gesto demonstrou todo o seu empenho em recuperar a nossa debilitada assistência médica.
É bom ressaltar que o seu compromisso em contratar, de imediato, médicos concursados e de abrir novos concursos, são sinais que indicam que ele irá valorizar os profissionais da saúde. Além disso, deixou bem claro que o mérito pessoal será a única porta de entrada ao serviço público.
O novo prefeito precisa de uma trégua para materializar suas intenções, pois no serviço público, além do excesso de burocracia, existem os tais dos interesses menores, ou pessoais. Esses fatores funcionam como um desacelerador no entusiasmo de um administrador empreendedor.  
Espero que a renovada Câmara de Vereadores não imite práticas obsoletas de um passado recente onde imperava a lei do Gerson.
A população está atenta e acompanhando esses primeiros passos da nova administração. Espera, realmente, que ela tenha vindo para prestar serviços ao público - seu único patrão.
Qualquer obstáculo criado no legislativo municipal ao desenvolvimento da nossa cidade, o prefeito tem o dever de informar a sociedade pagadora de impostos.
O legislativo não deve abrir mão da sua prerrogativa de fiscalizar os atos do executivo, assim como denunciar, e não negociar, possíveis equívocos.
Não desejamos uma Câmara tal qual uma vaquinha de presépio.
O político sabe que não pode navegar contra a vontade popular.
O executivo municipal não pode, nem deve ficar refém dos interesses pessoais e vícios do passado.
Se for necessário resistir para implantar programas para beneficiar Cuiabá, o prefeito tem a obrigação de esclarecer a opinião pública sobre a verdade dos fatos.
Até hoje não foi explicado oficialmente os verdadeiros motivos da renúncia do vice-prefeito, assim como o porquê do “abandono” de dois vereadores do partido do prefeito para a oposição, na polêmica eleição da Mesa Diretora do Legislativo Municipal.
As ruas sabem, mas o executivo municipal se cala.
Medo de um impeachment? Esqueceram que o povo unido jamais será vencido?
Pedrossian, por duas vezes contrariou interesses do legislativo estadual. Sofreu processos de cassação, que foram invibializados pela vontade popular. E, com isso o enfraquecido legislativo estadual ficou desmoralizado.
Mauro Mendes é um executivo independente, e jamais aceitará ser um prefeito prisioneiro dos devotos de São Francisco.
Há muita semelhança nos posicionamentos políticos de 1966 e 2013.
Torço para não sofrer decepções.

Gabriel Novis Neves
03-01-2013

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