No
mundo capitalista tudo tem o seu preço, inclusive o prazer. Para desfrutar da
alegria de me comunicar com os meus semelhantes através de artigos, crônicas,
PPSs e emails, pago, com satisfação, um alto preço.
Para
isso dependo da máquina, e esta não é infalível.
Começo
a trabalhar no meu laptop. Escrevo um artigo sobre saúde. Ao encaminhá-lo para
publicação, notei que o meu computador não enviava o email.
Tentei
com os meus parcos conhecimentos em informática resolver o problema. Nada
consegui.
Como
leigo dependente da moderna máquina de comunicação, vou ao computador de mesa,
pensando ser defeito do laptop. O resultado confirmava o sério problema que
estaria, talvez, no provedor.
Não
desisto. Tento o iPad. Já estava convencido do ‘apagão’ e do compromisso com o
jornal, quando fiz a última tentativa. Tento enviar o artigo pelo iPhone. Nada.
Lembro-me
então do amigo e técnico, para que ele me ajudasse, em tempo útil, a me livrar
do desconforto em me ver privado do prazer da máquina.
Foram
mais de oito horas de trabalho. Telefonemas para a minha operadora. Após
minutos infindáveis de musiquinhas, enfim o técnico.
Relato
o problema. Antes, aquelas inúmeras perguntas, que todos conhecem.
Inicia
as orientações e diálogos com o meu técnico. Acompanho ansioso ao seu lado.
Não
conseguiram nada de positivo para a solução do meu prazer. Meu amigo técnico
resolve criar um novo email para uma emergência.
Ótima
estratégia - pensei. Nunca mais passaria por situação idêntica.
A alegria
ia tomando conta de mim quando vi as transferências das minhas pastas para o
novo email.
Só
faltava uma. Mandei preparar o jantar comemorativo. A manobra era repetida pelo
meu competente técnico. Liga o celular pedindo apoio a um colega chefe do laboratório
de informática de uma universidade.
O
tempo foi se esgotando, e as nossas paciências, para a transferência dos
endereços da minha agenda.
Os
trabalhos foram suspensos.
Com
relação ao meu antigo endereço, começou a funcionar normalmente pela madrugada.
A
máquina humana é muito mais perfeita que a máquina do Bill Gattes.
Gabriel Novis Neves
04-01-2013
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