Uma
sociedade mais justa - desejo da grande maioria dos mortais - teria que ser
basicamente fundada no despojamento.
Não
o despojamento franciscano apregoado pela religião, mas um desapego ao
supérfluo que povoa os nossos desejos.
Desde
muito cedo em nossas vidas, principalmente nas classes abastadas, cobrimos os
filhos e familiares com bens materiais em quantidade desnecessária, na
esperança de que assim os faremos mais felizes e mais orgulhosos de seus
protetores.
As
pessoas se tornaram acumuladoras de inutensílios. O pior é que passaram a dar
mais valor ao TER do que ao SER.
Ao
longo da vida nos damos conta de que o bem afetivo nos faz mais falta do que o
material.
Isso
é facilmente comprovado nas classes economicamente menos favorecidas, em que a
solidariedade e o carinho são muito mais explicitados.
Coisas
são sempre coisas, descartáveis, e geralmente perdem a importância assim que as
possuímos. Passamos a querer mais e mais, sempre esperançosos na quantidade de
felicidade que elas nos podem trazer.
Esquecemo-nos
que, como integrantes do universo e com ele conectados, jamais seremos
possuídos por inutensílios. Ao contrário. Assim como as estrelas, somos feitos
de átomos de carbono e interligados uns aos outros numa irmandade química, que
só deixará de existir com a destruição da própria terra.
Seria
uma boa reflexão se começássemos a nos ater a estes fatos e a lutar pelo bem
estar uns dos outros, e não, a esta busca desenfreada pelo acúmulo, que só nos
leva à pobreza moral e ao desencanto com a própria existência.
Isso
não é utopia.
Gabriel Novis Neves
24-12-2012
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