domingo, 13 de janeiro de 2013

APRENDI


Fui criado com uma grande dose de autoestima - sempre levado a me considerar um gigante. Imagino que daí tenha surgido vários comportamentos na minha vida adulta.
A hipótese de que algo pudesse não dar certo era sempre a última cogitada. Portanto, a palavra “não”, funcionava como a pior das opções.
Aprendi desde muito cedo que obedecer às leis da sobrevivência deve ser a nossa meta prioritária. Como passei a vida basicamente dependendo de mim mesmo, fui adquirindo certos reflexos condicionados que me protegiam contra certos acontecimentos e pessoas pouco benéficos.
Do nosso cérebro chegam todas as ordens que, sob certo aspecto, determinam o maior ou menor grau de felicidade que podemos tirar da vida.
Aprendi que comportamentos histeroides, que buscam atenção por meio de chantagem afetiva, têm sempre efeitos contrários.
Os circunstantes, tanto familiares quanto amigos, estão pouco interessados nas nossas dores e angústias.
Isso só serve para irritá-los e mostrar a nossa fragilidade, característica sempre menosprezada.
Não por acaso, o nosso dia a dia é povoado por palavras como “arrasar, bombar, detonar”, que aparecem como símbolos de sucesso e força.
Aprendi que para que alguém se sinta bem, é importante que ele também passe essa sensação para o outro.
Não raro sentimos que determinada pessoa não nos traz bons fluidos, exatamente porque detectamos bloqueadas as suas trocas energéticas.
Isso faz todo sentido, uma vez que o universo está conectado pela mesma matéria orgânica, e nada mais somos que poeira das estrelas.
Aprendi durante a vida que “mens sana in corpore sano”, tem sido o meu lema.
Observei também que, quem me passou esses conceitos teve 92 anos de vida plena, sem percalços físicos ou mentais, apesar das dificuldades que permeiam a vida de todos nós.
Aprendi que, ao passar isso para amigos, clientes e descendentes, consegui tornar os que estavam à minha volta bem mais resolvidos e, por conseguinte, mais saudáveis.
Cultivar o “sim” é uma arte e, mais do que isso, é uma filosofia de vida.
É sábio o dito popular quando sugere que “faça sempre de um limão, uma bela limonada”!
Por essa razão sempre me pergunto se cada um de nós não tem a velhice que merece: sempre antenado, com alto astral, sem atitudes de compaixão ou como símbolo de um fardo difícil de ser levado por si mesmo e, principalmente, pelos que estão à sua volta.
Falar de dores, já que elas são inevitáveis, é realmente ser velho.
Essa divagação é o meu “aprendi”.

Gabriel Novis Neves
08-01-2013

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