quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

CHICO GALINDO


Existem políticos que ao deixarem seus cargos eletivos apresentam altos níveis de aprovação popular. A pesquisa é feita por vários institutos e é paga com recursos dos cofres públicos.
Ultimamente, esses generosos indicadores de prestígio popular estão sempre beirando a casa dos cem por cento.
O pior é que esses bestalhões acreditam piamente nos resultados, e daí para frente passam a pertencer à seleta classe dos brasileiros que “não são qualquer um”, como dizia um ex-presidente comentando sobre deslizes éticos de um seu coleguinha ex.
Com o passar dos meses, começam a aparecer o lixo da hipocrisia dos idolatrados pelas pesquisas de opinião, e os seus níveis de popularidade somente são visíveis ao microscópio.
Muitos encerram no mais terrível ostracismo a sua artificial e esplendorosa carreira política, assentada em pesquisas de opinião púbica feitas em laboratórios especializados em inflar o ego dos ególatras.
“O tempo é o senhor da verdade” - declamava um ex-presidente da República despejado do poder, e hoje líder dos seus decadentes algozes.
E o tempo muitas vezes determina o encerramento das suas “meteóricas carreiras políticas”.
O inverso da medalha.
Há políticos que ao concluírem os seus mandatos, executivos principalmente, com rejeição popular chegando às proximidades da unanimidade pelos ditos Institutos de Pesquisas pagos pelos seus adversários políticos e com ampla divulgação pela mídia, após alguns dias fora do poder, dão sinais de recuperação popular.
Com o tempo a poeira negativa da opinião pública divulgada pela mídia, qual uma nuvem passageira, desaparece, e mostra, não o céu azul, porém a lisura do desempenho do desocupante do cargo público.
O fenômeno Chico Galindo enquadra-se perfeitamente nessa metáfora.
Herdou um presente de grego do seu antecessor.
Exerceu uma sobra de mandato, bem inferior aos quatro anos, que é o período que um prefeito, governador e presidente da República recebem dos eleitores para demonstrar a sua integridade de caráter na gestão da coisa pública.
Para os que não conheciam o Chiquinho, ele foi a agradável surpresa de bom administrador, enfrentando dificuldades jamais enfrentadas por qualquer outro ocupante do Palácio Alencastro.
Não estava alinhado com o governo do Estado, tampouco com o governo federal.
Pertence a um partido mediano, cujo Presidente denunciou os escândalos que ele chamou de Mensalão - resultado que todos nós conhecemos.
Minoria na Câmara dos Vereadores, sem apoio dos deputados estaduais, federais e senadores.
A imprensa escrita, falada e televisada foram cruéis com ele com seus ataques diários.
Mesmo com toda essa adversidade, não deixou ir à óbito a cidade moribunda.
Passa de mãos limpas as chaves da cidade ao seu sucessor, com o respeito dos cidadãos da terra de Rondon.
Parabéns, Chiquinho!
A população desta cidade, que é sua também, conquistada por méritos pessoais pelos inúmeros serviços prestados, lhe agradece.
Os sinais e os sintomas da sua aprovação só não percebem os pobres de espírito.
A luta continua, pois a população precisa de líderes competentes de mãos limpas.

Gabriel Novis Neves
27-12-2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.