sábado, 26 de janeiro de 2013

Os ismos


Através dos séculos a humanidade vem caminhando pelos vários “ismos”.
Vivenciamos o escravagismo, o feudalismo, o comunismo, o socialismo, o capitalismo, o liberalismo e, com o aparecimento das sociedades de mercado, o consumismo, igualmente nefasto como todos os outros, principalmente no tocante à progressiva perda de valores éticos e morais.
A aquisição indiscriminada dos chamados bens de consumo passou a ser o foco principal na vida de todos numa sociedade que precisa vender e, portanto, “fabricar” a cabeça de seus compradores. Dessa maneira, nossos descendentes, ao contrário de nós, têm pressa em acúmulos rápidos de fortunas a qualquer preço, a fim de que sejam satisfeitas as necessidades desse novo voraz mercado.
As gerações passadas se contentavam com uma melhora progressiva de sua situação material, sempre pautada em muito trabalho e, como os bens adquiridos não eram tão descartáveis, chegavam à maturidade na certeza plena de terem feito o melhor para si e para os seus familiares.
Com a alta tecnologia, tudo fica obsoleto em pouco tempo e, portanto, estamos sempre precisando de novos carros, novas casas, novos barcos, novos eletrodomésticos, novos eletrônicos, enfim, novos objetos de um suposto encantamento sempre muito fugaz.
Como esse dito sucesso tão almejado poucas vezes ocorre, passamos a fazer parte de um mundo invadido pelos tranquilizantes, pelas drogas alucinógenas, por toda uma gama de artifícios que minimizem a nossa ansiedade na busca desses valores.
Essas mudanças vêm afetando seriamente os comportamentos humanos e a cada dia a conquista do que se propõe como sucesso, fica mais difícil, principalmente aos mais jovens.
Como somos um país novo, ainda estamos muito impregnados com as várias quinquilharias com as quais nossos colonizadores nos encantavam.
Talvez em virtude disso, em pleno século XXI ainda sejamos fascinados pelos templos do consumismo tais como os que existem em New York, Miami e, mais recentemente, em Dubai.
Já temos o triste título de povo mais consumista do mundo, e dessa forma venerado como salvador das economias em crise.
Que as pessoas se conscientizem que viagens são o melhor investimento que podemos fazer em nós mesmos, desde que elas sejam feitas em busca do enriquecimento cultural de que tanto necessitamos.
Sou um otimista praticante e creio na humanidade a caminho de um novo “ismo” que a ela proporcione os verdadeiros prazeres de uma vida plena, sem a angústia na busca de uma felicidade artificialmente fabricada.

Gabriel Novis Neves
15-01-2013

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