Que
enorme dificuldade teriam os idosos em se tornarem contemporâneos?
Isso
anularia, com certeza, o preconceito que contra eles existe de serem pessoas
normalmente repetitivas e desinteressantes.
Claro
que na moda, por influência das diversas mídias, tudo foi mais fácil já que o
que mexe com beleza é sempre absorvido com mais facilidade.
Assim,
eles rapidamente aderiram aos jeans, aos mocassins às camisas coloridas,
a maneira descontraída de ser e alguns mais destemidos, aos brincos e colares.
Já
as mulheres, sempre mais intensas, sofreram mudanças radicais no seu
comportamento estético, sendo que as menos críticas conseguiram beirar o
ridículo nessa ânsia de parecer jovem.
No
âmbito das ideias, o mundo digital vem tornando cada dia menor, o conflito de
gerações.
Já
nos deparamos, cada dia mais, com pessoas de uma faixa etária avançada, mas
totalmente descoladas de conceitos arcaicos sobre tudo e sobre todos.
Aí
estariam incluídos entre o seres comuns, inúmeros poetas, escritores,
filósofos, músicos e os que lidam com arte de uma maneira geral.
Para
esses as portas do Universo sempre foram mais abertas já que os estereótipos de
bem e mal, certo ou errado, estiveram sempre mais questionados em suas vidas.
Isso
me lembra a genialidade de um Raul Seixas quando em seus versos, se referia ao
sonho de se tornar “uma metamorfose ambulante”. Nada mais contemporâneo que
isso, uma vez que o planeta em que vivemos está em constante mutação.
Se
conseguirmos nos despojar dos valores estáticos que aprendemos a considerar
como certos e irrefutáveis, estaremos nos aproximando cada vez mais das novas
gerações, com as quais podemos não só trocar, mas também muito apreender.
Ótimos
avós não são avós que abastecem seus netos de bens materiais, nem sempre úteis,
mas principalmente os que se fazem amar por essa jovialidade, na maneira de
pensar e de encarar a vida, sempre dialogando e nunca ditando regras de
conduta.
Essa
prática maniqueísta, confrontando certo e errado, o que sempre consegue é
afastar o idoso do convívio social, já que suas ideias não se oxigenaram
durante a vida e, portanto nem são dignas da tentativa de um intercambio.
Durante
a vida, vamos perceber jovens envelhecidos e velhos absolutamente joviais, não
por sua aparência física, mas principalmente pela capacidade de mudar valores.
Que
todos os idosos façam essas reflexões, a fim de que não se tornem peças de
museu para os seus familiares e circunstantes, com seus discursos
enfadonhos sobre um passado que só a eles interessa.
O
que a todos fascina é o AQUI e o AGORA.
Não
fiquemos atentos à idade, mas sim à contemporaneidade.
Gabriel Novis Neves
25-01-2013
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