Propalam-se
alegria e felicidade no Natal em regozijo ao nascimento do nosso Salvador -
assim reza a tradição.
A
realidade, porém, é bem diferente nos dias atuais.
Ruas
e avenidas que dão acesso aos shoppings, lojas e comércio em geral, ficam com o
trânsito engarrafado, dificultando e estressando aqueles que precisam
trabalhar.
Como
a cidade de Cuiabá cresceu ao Deus dará, temos hospitais, centros de
diagnósticos, pronto atendimentos, localizados numa verdadeira miscelânea, que
fica mais evidente por ocasião das festas comerciais.
Multidões
de consumidores invadem as lojas, enquanto as igrejas, onde se reza a Jesus,
ficam às moscas - muitas vezes com as suas portas fechadas para proteger as
suas relíquias dos assaltantes.
A
nossa algoz sociedade, em ato de caridade, distribui aos menos favorecidos
lembrancinhas inúteis e sobras de comida.
Pobre
nação que deturpa os princípios da religiosidade do seu povo em nome da religião!
Que não deixa de ser uma forma autoritária de temer a Deus.
Alguns
dirão que o Natal é assim no mundo inteiro desde que o mundo é mundo.
Nada
mais falso. As estatísticas da Federação do Comércio demonstram que a cada ano,
mesmo com as atuais crises mundiais na economia, as vendas sempre aumentam
neste período, proporcionando grandes lucros aos empresários.
Como
festa comercial, o Natal comprovou que é um sucesso de consumo, sendo ameaçado,
e até ultrapassado, pelo profano “Dia das Mães”.
A
sociedade condena as pessoas que agem fora do gabarito das suas festas
comerciais. A religiosidade mostra aos fiéis o caminho da salvação, que passa
necessariamente pelo permanente amor ao próximo.
Assistindo
hoje ao tipo de celebração em que se transformou o Natal, fico pensando nos
Natais de minha meninice e juventude. A pureza e o espírito de união marcavam
essa data. Rezava-se em família pelo Menino Jesus.
Hoje,
não. O consumismo desenfreado tomou conta do espírito de Natal. A festa culmina
com o triste espetáculo da troca de etiqueta dos presentes, os únicos valores
válidos no dia que ficou dedicado à comilança e bebedeira.
Dessa
forma esta data, em vez de agregar, separa as classes sociais e transforma-se,
facilmente, em um momento propício para o afloramento das antigas infelicidades
minimizadas pelo tempo.
O
resultado desse modernismo, que ocasiona lucros aos comerciantes explorando a
religiosidade da nossa gente, é projetado na sociedade na forma de transtornos
emocionais como depressões, sentimentos de culpa e a melancolia, tal qual um
hipnotizador que nos leva a revisar o nosso inconsciente - depósito das nossas
vivências boas ou más.
O
Natal já foi uma celebração da família, hoje dizimada pela impulsão do TER,
fator de desagregação - nunca de união -, especialmente a familiar.
Quisera
eu ter o poder de fazer voltar o verdadeiro Natal! Aquele em que celebramos os
valores imateriais. Em uma fraternal homenagem a este espírito iluminado que
desceu à Terra para nos mostrar o verdadeiro caminho para a felicidade.
Gabriel Novis Neves
20-01-2013
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