Segundo
estatísticas, o povo escandinavo teria o índice mais alto do mundo em termos de
suicídio.
A
explicação simplista para isso seria que, ao passar dos anos e com
o vislumbre da aproximação de doenças degenerativas, esses altos, louros e
belos espécimes da raça humana, todos com excelente poder aquisitivo, achariam
por bem terminar por conta própria os seus destinos de viajantes.
Enfim,
se matariam por excesso de felicidade já que o futuro já lhes acenava com algo
aterrorizador, a velhice e os seus percalços.
Só
que pensando bem, isso vai de encontro a essa gente tão elitizada cultural e
socialmente, criada para usufruir do que a vida tem de melhor, não sendo
massacrados pelas grandes distorções econômicas a que nós outros somos
submetidos no cotidiano.
Afinal,
tudo que é bom, é para ser prorrogado o maior tempo possível, não é assim que
funcionam as mentes saudáveis?
Importante
lembrar que o instinto de conservação é o que nos move por toda a vida, sendo
que algumas vezes temos dificuldade de entender porque pessoas em fase
terminal, dão sinal de tanto apego aos momentos que se esvaem.
Somente
estados depressivos muito fortes, conseguem nos tirar desse verdadeiro culto ao
viver, seja ele bom ou ruim.
Imagino,
com tristeza, que esse tenha sido o caso do nosso grande ator Walmor Chagas,
responsável por momentos inesquecíveis do teatro brasileiro.
Vivendo
na mais absoluta solidão, após uma jornada de tantas glórias, foi ficando para
ele cada vez mais difícil, a convivência com o passado, num presente estéril e
de velhice avassaladora. Os bons atores, habituados que são aos aplausos
constantes, não mais conseguem imaginar a vida sem os mesmos.
A
grande solidão da velhice, não é a falta dos outros, mas a “falta de si mesmo”,
da incapacidade de se emocionar e assim emocionar outras pessoas.
Essa
é a finalidade de um ator e também nossa, "atores na vida".
Gabriel Novis Neves
23-01-2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.