A
humanidade é povoada por seres que amam e, principalmente, por aqueles que se
deixam amar.
Geralmente
esses últimos são pessoas bloqueadas emocionalmente. Uma consequência, talvez,
de inúmeros traumas sofridos ao longo da existência, e não solucionados
adequadamente.
São
pessoas extremamente sedutoras. Apresentam uma imagem de autoconfiança e, em
alguns casos, narcísica. Mas, são somente aparências. Uma espécie de mecanismo
de defesa.
Exercitam
um charme generalizado e indiscriminado como fonte permanente de sedução.
Como
isso tudo é muito racionalizado, pessoas mais carentes e desavisadas, ficam
imediatamente fascinadas por esse tipo de comportamento.
Sendo
o amor a grande meta aspirada por todos nós, é comum que os que se deixam amar
mais do que amam, vivam hipertrofiando essa busca. Vide exemplo do tão bem
descrito “DON JUAN”.
Acontece
que, pela própria dinâmica do processo, sempre que essa meta está em vias de
ser alcançada, esses sanguessugas amorosos, imediatamente, se encapsulam e
fogem desse tipo de envolvimento.
Os
amantes crônicos de plantão, grande maioria da humanidade, vão despejando, indiscriminadamente,
o seu mel, sem limites, até que a apatia constante do seu objeto de desejo
consiga trazer os seus efeitos depressivos desastrosos.
Ao
contrário do ditado popular de que “água mole em pedra dura tanto bate até que
fura”, algumas vezes é bem mais tranquilo e prudente desviar o curso do rio.
Satisfeitas
todas as nossas necessidades fisiológicas, resta a saída da “Caverna” em que
vivem os homens.
De
leitura obrigatória para qualquer questionamento filosófico, ‘A República’, do
grande Platão, abre algumas portas para o indagar, não só do ponto de vista
afetivo, mas, sobretudo, sobre as regras do bem viver, com as quais nem
sempre concordamos.
Gabriel Novis Neves
05-11-2012
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