sábado, 12 de janeiro de 2013

A afetividade e os desencontros


A humanidade é povoada por seres que amam e, principalmente, por aqueles que se deixam amar.
Geralmente esses últimos são pessoas bloqueadas emocionalmente. Uma consequência, talvez, de inúmeros traumas sofridos ao longo da existência, e não solucionados adequadamente.
São pessoas extremamente sedutoras. Apresentam uma imagem de autoconfiança e, em alguns casos, narcísica. Mas, são somente aparências. Uma espécie de mecanismo de defesa.
Exercitam um charme generalizado e indiscriminado como fonte permanente de sedução.
Como isso tudo é muito racionalizado, pessoas mais carentes e desavisadas, ficam imediatamente fascinadas por esse tipo de comportamento.
Sendo o amor a grande meta aspirada por todos nós, é comum que os que se deixam amar mais do que amam, vivam hipertrofiando essa busca. Vide exemplo do tão bem descrito “DON JUAN”.
Acontece que, pela própria dinâmica do processo, sempre que essa meta está em vias de ser alcançada, esses sanguessugas amorosos, imediatamente, se encapsulam e fogem desse tipo de envolvimento.
Os amantes crônicos de plantão, grande maioria da humanidade, vão despejando, indiscriminadamente, o seu mel, sem limites, até que a apatia constante do seu objeto de desejo consiga trazer os seus efeitos depressivos desastrosos.
Ao contrário do ditado popular de que “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, algumas vezes é bem mais tranquilo e prudente desviar o curso do rio.
Satisfeitas todas as nossas necessidades fisiológicas, resta a saída da “Caverna” em que vivem os homens.
De leitura obrigatória para qualquer questionamento filosófico, ‘A República’, do grande Platão, abre algumas portas para o indagar, não só do ponto de vista afetivo, mas, sobretudo,  sobre as regras do bem viver, com as quais nem sempre concordamos.

Gabriel Novis Neves
05-11-2012

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