Tem
tanta gente se apropriando indevidamente da estrondosa vitória municipal sobre
a fracassada tese do alinhamento político, que me animei a dar o meu pitaco.
Analisar
o acontecido sempre foi das tarefas, a mais fácil.
Em
minha opinião quem elegeu o Mauro Mendes foram os pobres de Cuiabá, aqueles que
precisam dos serviços da prefeitura.
O
resto é discussão para botequim, para lamber as feridas que uma derrota
verticalizada causa nas vítimas crentes do poder das máquinas governamentais,
que não pouparam combustível no período eleitoral.
Agora
que a poeira está assentando, a função do novo prefeito é trabalhar e resolver
imediatamente o drama da saúde pública em Cuiabá.
Os
pobres estão sofrendo tanto, que não suportam planejamentos de benefícios
tardios e duvidosos.
O
Mauro, no dia da sua posse, tem que demonstrar que a sua prioridade é a saúde,
tomando medidas concretas e fulminantes.
Nada
de cair na mesmice de administrações passadas, empurrando o problema com a
barriga e pedindo paciência para aqueles que nem esperanças mais têm de viver.
Embora
contra a vontade de “Deus”, essa situação exige uma resposta urgente, correndo
o risco de o novo governo municipal perder a credibilidade.
Abra
de imediato o orçamento municipal e pague os salários atrasados de médicos e
trabalhadores da saúde.
Quite
as dívidas com os fornecedores, assim como, resolva a dívida com os hospitais
filantrópicos e privados da cidade, após rigorosa auditoria realizada por
empresa de inegável credibilidade.
Compre
medicamentos básicos para os postos de saúde e outros insumos essenciais.
A
partir dessas medidas, exija resultados.
Ouço
rumores de uma lista enorme de futuros candidatos a ocuparem a secretaria da
saúde, cujos problemas não resolvidos decidiram as eleições na minha cidade.
A
total incompetência e falta de sensibilidade social dos governos estadual e
federal, foi o fator preponderante para a vitória dos pobres.
A
saúde municipal passou esses últimos anos na UTI da vergonha, só não deixando
morrer os insuficientes serviços da saúde.
Mauro,
não perca tempo escolhendo o seu secretário de saúde. O organograma da
secretaria é suficientemente obeso para fazer a máquina burocrática andar.
Assuma
você próprio o cargo de secretário de saúde do nosso município.
Crie
no seu gabinete um departamento de saúde, para receber as informações, cujo
diagnóstico você teve a oportunidade de fazer durante a sua campanha.
Coloque
imediatamente o que existe funcionando, e bem, mesmo para atender somente ao
pobre, pois rico trata em São Paulo naquele hospital que “Deus” frequenta.
Técnico
não decide. Essa função é do político nomeado pela população e nascido nas
urnas.
A
sugestão que coloco em discussão nem é original. Basta conhecer um pouco de
história do Brasil e dezenas de exemplos desse tipo serão identificados.
Quando
o poderoso Estado de São Paulo decidiu implantar o maior e melhor hospital da
América Latina, o seu Hospital das Clínicas (HC), isso só foi possível porque o
governador do Estado à época colocou a responsabilidade pelo bom funcionamento
e construção do hospital no seu gabinete.
JK
construiu Brasília sendo o responsável direto por tudo que acontecia com o
projeto.
O
que é bom tem que ser copiado.
Assuma
a Secretaria de Saúde de Cuiabá, prefeito Mauro Mendes.
Não
terceirize a maior esperança dos pobres que precisam dos serviços eficientes da
prefeitura.
Acumule
de imediato essa função para salvar o seu governo e cumprir com a promessa da
campanha, que era a de transformar um sistema caótico e criminoso de
atendimento aos doentes pobres em prioridade.
Gabriel Novis Neves
04-11-2012
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