sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Hipocrisia


Considero a hipocrisia uma doença gravíssima, de causa desconhecida e sem possibilidade de tratamento.
Talvez seja a doença do século, cuja disseminação atinge, principalmente, pessoas adultas.
Não há relato na literatura de crianças com essa patologia.
Atinge com virulência todas as classes sociais, e os seus sinais e sintomas são os mais abundantes possíveis, embora de fácil diagnóstico.
A sua transmissão também é pouco conhecida, chegando, às vezes, a surpreender os organicistas. Muitos falam em falha genética, não necessariamente presentes em seus ancestrais.
Infelizmente o portador da hipocrisia não percebe o seu mal e continua por aí num bem bom.
Incomoda a muitos, mesmo à distância.
Esses pacientes criam um mundo à parte para sobreviverem e passam os seus dias por lá, confortavelmente - e até se reproduzem com facilidade.
O cérebro é o órgão lesionado, onde todos os valores da vida são destruídos. Não produz alterações funcionais e morfológicas em outros órgãos do corpo humano.
É uma doença não transmissível aos animais.
A hipocrisia tem um amplo quadro clínico, podendo ser notado em um simples olhar e até em um beijo.
Em nosso país essa doença, que não possui fronteiras, encontrou o seu habitat predileto, pois fomos descobertos por acaso.
É o chamado ‘acaso’ e ‘coincidência’ os alimentos principais daquilo que bem antigamente chamávamos de mentira. Por mutação chegamos à hipocrisia, presente em todos os setores da nossa vida.
Já tentaram aferir a hipocrisia por modernos instrumentos, como o desconfiômetro, embora sem sucesso.
Em minha opinião, quem melhor definiu a hipocrisia foi Abraham Lincoln (1835-1865).
“Hipócrita é o homem que matou os pais e pede clemência alegando ser órfão.”
A hipocrisia é uma doença tão cruel, que todo cuidado com ela é pouco.
“De tanto fingir, a pessoa hipócrita se torna o que finge ser.”

Gabriel Novis Neves
01-11-2012

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