Há
muito tempo assisti a uma peça de teatro que foi batizada com o dramático nome de
“Greta Garbo, quem diria, acabou no Irajá”.
Irajá
é um bairro de classe média localizado no subúrbio do Rio de Janeiro.
A
peça é de Fernando Melo. Ele faz um retrato da solidão humana na metrópole. O
personagem principal é um viciado em drogas ilícitas – não em poder – que sonha
em ser a atriz sueca Greta Garbo.
A
atriz sueca, com o seu talento e beleza, foi uma das mulheres mais fascinantes
e envolventes do século passado.
Aos
trinta e seis anos de idade, Garbo, repentinamente, abandonou o cinema e se
isolou do mundo que a venerava e a idolatrava, e sobre o qual exercia o seu
poderoso poder de sedução.
Viveu
as últimas cinco décadas da sua vida reclusa em seu apartamento em Nova York. A
partir do seu autoisolamento evitou qualquer tipo de contato com a imprensa.
É
um típico caso de solidão de uma mulher genial que nunca precisou de favores
para se tornar um mito.
Na
política estamos cheios de ‘Gretas Garbos’ sem depressão procurando os
holofotes da mídia.
A
depressão é conhecida hoje como uma doença bipolar. No nosso meio a forma
clínica mais encontrada dessa doença é a da exaltação.
Geralmente
essas pessoas não percebem a ‘queda’ nas suas atividades e o prejuízo causado a
terceiros.
Sonham
que são a Greta Garbo, espalhando a desagregação por onde passam.
Algumas
pessoas, que há pouco mandavam no Estado com comportamento imperial, hoje vivem
no nosso Irajá.
Que
estranho a ausência daqueles que se beneficiaram dos seus serviços! Nenhum
gesto de solidariedade para com este personagem da vida real!
Enquanto
isso - penso comigo mesmo - “Quem diria! A nossa ‘Greta Garbo’, terminou às
margens do Rio Cuiabá”.
Gabriel Novis Neves
07-11-2012
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