terça-feira, 13 de novembro de 2012

Greta Garbo


Há muito tempo assisti a uma peça de teatro que foi batizada com o dramático nome de “Greta Garbo, quem diria, acabou no Irajá”.
Irajá é um bairro de classe média localizado no subúrbio do Rio de Janeiro.
A peça é de Fernando Melo. Ele faz um retrato da solidão humana na metrópole. O personagem principal é um viciado em drogas ilícitas – não em poder – que sonha em ser a atriz sueca Greta Garbo.
 A atriz sueca, com o seu talento e beleza, foi uma das mulheres mais fascinantes e envolventes do século passado.
Aos trinta e seis anos de idade, Garbo, repentinamente, abandonou o cinema e se isolou do mundo que a venerava e a idolatrava, e sobre o qual exercia o seu poderoso poder de sedução.
Viveu as últimas cinco décadas da sua vida reclusa em seu apartamento em Nova York. A partir do seu autoisolamento evitou qualquer tipo de contato com a imprensa.
É um típico caso de solidão de uma mulher genial que nunca precisou de favores para se tornar um mito.
 Na política estamos cheios de ‘Gretas Garbos’ sem depressão procurando os holofotes da mídia.
A depressão é conhecida hoje como uma doença bipolar. No nosso meio a forma clínica mais encontrada dessa doença é a da exaltação.
Geralmente essas pessoas não percebem a ‘queda’ nas suas atividades e o prejuízo causado a terceiros.
Sonham que são a Greta Garbo, espalhando a desagregação por onde passam.
Algumas pessoas, que há pouco mandavam no Estado com comportamento imperial, hoje vivem no nosso Irajá.
Que estranho a ausência daqueles que se beneficiaram dos seus serviços! Nenhum gesto de solidariedade para com este personagem da vida real!
Enquanto isso - penso comigo mesmo - “Quem diria! A nossa ‘Greta Garbo’, terminou às margens do Rio Cuiabá”.

Gabriel Novis Neves
07-11-2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.