Não
creio que exista um setor de maior intolerância em aceitar as pessoas como elas
são, que no ambiente familiar. O patrono de um determinado grupo é moldado com
uma estrutura que não lhe pertence.
E
este repete o gesto nos seus descendentes.
Por
maior que seja o esforço de se apresentar como gostaria que fosse aceito, é
impossível, num determinado momento, não acontecer um escorregão na procura da
sua identidade psicológica.
Este
é o ápice da tragédia social, em que fica nítido a não aceitação do eu, ser o
que se é, e não o que gostariam que fôssemos.
Os
humanos têm dificuldades em tratar dos humanos.
Para
atrapalhar ainda mais esta conflituosa relação, existem os mecanismos de defesa
da nossa personalidade que, quando não compreendida, gera sérias dificuldades
emocionais para ambas as partes.
É
um risco enfrentar uma situação de transferência afetiva e projeção quando uma
das partes desconhece esse mecanismo.
As
consequências nessas situações costumam terminar em crises irreversíveis. Fui
tratado e treinado a trabalhar com esses mecanismos em ambiente profissional.
No entanto, quando diante da esfera familiar, o insucesso é a regra.
O
mais frequente são as explosões dos egos, com a frustração instalada no sonho
da defesa emocional.
Daí
a dificuldade da convivência entre humanos.
Não
podemos continuar reféns de nós mesmos.
Coragem
para ser o que é, ou anulação total da personalidade. Não há uma terceira via
para escolher.
O
resto é decisão, sempre dolorosa e adiada.
Gabriel Novis Neves
11-11-2012
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