quinta-feira, 8 de novembro de 2012

HOSPITAIS FANTASMAS


Nos últimos sete anos o governo do Estado patrocinou o maior desmonte de leitos hospitalares da história de Cuiabá.
Comprou vários hospitais - que logo foram transformados em sucatas - e adotou políticas públicas que impossibilitou a iniciativa privada de manter em funcionamento muitos dos seus hospitais.
Ao mesmo tempo, amparado por forte mídia, inaugurou dezenas de hospitais fantasmas.
Esse estranho fenômeno aconteceu em todo o Estado. Os maiores reflexos dessa verdadeira catástrofe desabaram na velha capital.
Irei recordar alguns desses hospitais novos que o governo prometeu entregar à nossa população, inclusive marcando dia e hora da inauguração: Hospital Infantil, Hospital da Mulher, Hospital de Doenças Tropicais, Hospital de Alta Complexidade para atender pacientes de todo o Estado e, recentemente, no período eleitoral, o Hospital de Transplantes de Órgãos.
O Hospital das Clínicas no CPA, iniciado há mais de trinta anos, continua imexível.
Em compensação, num esforço de alinhamento político e identificação de prioridades, o governo anunciava a conclusão do novo Hospital Júlio Muller com mais de duzentos leitos localizado na estrada de Santo Antonio.
Acho que o governo acredita que o cuiabano é um desmemoriado ou bobo.
Guardamos todas as promessas, não em anotações que poderão ‘desaparecer’, mas na nossa cabeça para cobrar no momento oportuno.
A esperança desta sofrida população seria o novo Hospital Universitário. Os outros tão cedo não virão para cá, simplesmente por falta de vontade política.
Pior para as ilegais Organizações Sociais de Saúde (OSSs), que iriam administrar todos os ‘novos’ hospitais fantasmas, com data de funcionamento definido.
Leio uma matéria do jornalista Vinícius Tavares, nos informando que as obras do novo Hospital Universitário foram suspensas - por conter irregularidades - pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
O governo está na moita, não fala nada, finge que está tudo dentro do cronograma, e o Ministro da Saúde, como outros colegas seus que passaram todo o mês de outubro por aqui, não estão nem aí para as nossas dificuldades.
Este ano o orçamento já findou. Para o próximo ano os recursos federais já estão definidos, e nada para Mato Grosso.
Aquela questão do alinhamento ninguém mais fala, depois do fiasco do comício na Praça das Bandeiras.
Prioridade agora é a inflação que já chegou, a desestruturação da classe média que perdeu verticalmente o seu poder de compra, a Copa do Mundo e a montagem das alianças partidárias já visando às eleições de 2014.
Tenho uma curiosidade. Será que aqueles ministros que desfilaram por aqui atendem ao telefone do governador?
O tempo dessa gente está todo tomado para arrumar recursos para o grande programa de bolsas. E são tantas que, sem uma cola será impossível citá-las, com risco de esquecer alguma.
Acho seus nomes bem interessantes. A ‘Bolsa Cegonha’ é a minha favorita.
Voltando aos hospitais fantasmas e outros serviços contratados pelo governo na área da saúde. Como fica o pobre que necessita da saúde pública, já que constitucionalmente é um direito seu, e responsabilidade do Estado?
O presidente Lula, que não precisa do SUS, sabe perfeitamente que pobre é que precisa dos serviços que são pagos com os nossos impostos.
Quem cuidará dos pobres em período não eleitoral onde o compromisso é a promessa nunca cumprida?
Vamos ser solidários com aqueles que mais necessitam, e transformarmos, com urgência, essa chaga desumana de hospitais e serviços da saúde fantasma em obras sociais.
A última surra de votos que o governo do alinhamento levou em Cuiabá, foi um pequeno aviso da nossa insatisfação e revolta com esse tipo de governar.

Gabriel Novis Neves
01-11-2012

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