Nos
últimos sete anos o governo do Estado patrocinou o maior desmonte de leitos
hospitalares da história de Cuiabá.
Comprou
vários hospitais - que logo foram transformados em sucatas - e adotou políticas
públicas que impossibilitou a iniciativa privada de manter em funcionamento
muitos dos seus hospitais.
Ao
mesmo tempo, amparado por forte mídia, inaugurou dezenas de hospitais
fantasmas.
Esse
estranho fenômeno aconteceu em todo o Estado. Os maiores reflexos dessa
verdadeira catástrofe desabaram na velha capital.
Irei
recordar alguns desses hospitais novos que o governo prometeu entregar à nossa
população, inclusive marcando dia e hora da inauguração: Hospital Infantil,
Hospital da Mulher, Hospital de Doenças Tropicais, Hospital de Alta
Complexidade para atender pacientes de todo o Estado e, recentemente, no
período eleitoral, o Hospital de Transplantes de Órgãos.
O
Hospital das Clínicas no CPA, iniciado há mais de trinta anos, continua
imexível.
Em
compensação, num esforço de alinhamento político e identificação de
prioridades, o governo anunciava a conclusão do novo Hospital Júlio Muller com
mais de duzentos leitos localizado na estrada de Santo Antonio.
Acho
que o governo acredita que o cuiabano é um desmemoriado ou bobo.
Guardamos
todas as promessas, não em anotações que poderão ‘desaparecer’, mas na nossa
cabeça para cobrar no momento oportuno.
A
esperança desta sofrida população seria o novo Hospital Universitário. Os
outros tão cedo não virão para cá, simplesmente por falta de vontade política.
Pior
para as ilegais Organizações Sociais de Saúde (OSSs), que iriam administrar
todos os ‘novos’ hospitais fantasmas, com data de funcionamento definido.
Leio
uma matéria do jornalista Vinícius Tavares, nos informando que as obras do novo
Hospital Universitário foram suspensas - por conter irregularidades - pelo
Tribunal de Contas da União (TCU).
O
governo está na moita, não fala nada, finge que está tudo dentro do cronograma,
e o Ministro da Saúde, como outros colegas seus que passaram todo o mês de
outubro por aqui, não estão nem aí para as nossas dificuldades.
Este
ano o orçamento já findou. Para o próximo ano os recursos federais já estão
definidos, e nada para Mato Grosso.
Aquela
questão do alinhamento ninguém mais fala, depois do fiasco do comício na Praça
das Bandeiras.
Prioridade
agora é a inflação que já chegou, a desestruturação da classe média que perdeu
verticalmente o seu poder de compra, a Copa do Mundo e a montagem das alianças
partidárias já visando às eleições de 2014.
Tenho
uma curiosidade. Será que aqueles ministros que desfilaram por aqui atendem ao
telefone do governador?
O
tempo dessa gente está todo tomado para arrumar recursos para o grande programa
de bolsas. E são tantas que, sem uma cola será impossível citá-las, com risco
de esquecer alguma.
Acho
seus nomes bem interessantes. A ‘Bolsa Cegonha’ é a minha favorita.
Voltando
aos hospitais fantasmas e outros serviços contratados pelo governo na área da
saúde. Como fica o pobre que necessita da saúde pública, já que
constitucionalmente é um direito seu, e responsabilidade do Estado?
O
presidente Lula, que não precisa do SUS, sabe perfeitamente que pobre é que precisa
dos serviços que são pagos com os nossos impostos.
Quem
cuidará dos pobres em período não eleitoral onde o compromisso é a promessa
nunca cumprida?
Vamos
ser solidários com aqueles que mais necessitam, e transformarmos, com urgência,
essa chaga desumana de hospitais e serviços da saúde fantasma em obras sociais.
A
última surra de votos que o governo do alinhamento levou em Cuiabá, foi um
pequeno aviso da nossa insatisfação e revolta com esse tipo de governar.
Gabriel Novis Neves
01-11-2012
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