segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O Tudo e o Nada


Como a matéria do universo, muita coisa em nossas vidas surge do nada.
Nem sempre o que levamos anos e anos organizando, e mesmo sonhando, consegue nos levar ao tudo. Muito do que vivenciamos como metas, estão apenas no seu estágio primitivo, na forma gasosa que precede a criação. Estou convencido, por exemplo, de que a política é uma delas.
Como seres pretensiosos que somos, julgamos sempre que este ou aquele sistema político, social, econômico, educacional ou até comportamental, seria definitivo, o que absolutamente não corresponde à realidade.
Esses sistemas poderão apenas representar um estágio nessa experimentação diária a que nos submetemos nos processos de transformação do universo e que são alheios à nossa vontade.
Entretanto, a nossa empáfia não nos permite essas avaliações.
No âmbito pessoal, uma grande parte das nossas angústias seria minimizada se deixássemos que o tempo e as leis do acaso pudessem agir livremente. Não estamos falando de apatia com relação aos fatos, muito ao contrário, estamos falando de sabedoria em não atropelar o livre curso dos acontecimentos.
Quantas vezes nos surpreendemos com atitudes intempestivas em determinados momentos e que depois de algum tempo são, por nós mesmos, rotuladas como desnecessárias e, até mesmo, desproporcionais ao fato? 
A filosofia popular traduz isso muito bem ao transformar em música o “deixa a vida me levar”.
Seremos bem mais felizes quando nos tornarmos menos ditadores das normas de comportamento tidas como perfeitas e nos entregarmos às possibilidades de transformar o Nada em Tudo ou simplesmente voltar ao Nada.
Segundo uma lei da cibernética, “As coisas só se organizam no caos”.

Gabriel Novis Neves
26-10-2012

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