Como
a matéria do universo, muita coisa em nossas vidas surge do nada.
Nem
sempre o que levamos anos e anos organizando, e mesmo sonhando, consegue nos
levar ao tudo. Muito do que vivenciamos como metas, estão apenas no seu estágio
primitivo, na forma gasosa que precede a criação. Estou convencido, por
exemplo, de que a política é uma delas.
Como
seres pretensiosos que somos, julgamos sempre que este ou aquele sistema
político, social, econômico, educacional ou até comportamental, seria
definitivo, o que absolutamente não corresponde à realidade.
Esses
sistemas poderão apenas representar um estágio nessa experimentação diária a
que nos submetemos nos processos de transformação do universo e que são alheios
à nossa vontade.
Entretanto,
a nossa empáfia não nos permite essas avaliações.
No
âmbito pessoal, uma grande parte das nossas angústias seria minimizada se
deixássemos que o tempo e as leis do acaso pudessem agir livremente. Não
estamos falando de apatia com relação aos fatos, muito ao contrário, estamos
falando de sabedoria em não atropelar o livre curso dos acontecimentos.
Quantas
vezes nos surpreendemos com atitudes intempestivas em determinados momentos e
que depois de algum tempo são, por nós mesmos, rotuladas como desnecessárias e,
até mesmo, desproporcionais ao fato?
A
filosofia popular traduz isso muito bem ao transformar em música o “deixa a
vida me levar”.
Seremos
bem mais felizes quando nos tornarmos menos ditadores das normas de
comportamento tidas como perfeitas e nos entregarmos às possibilidades de
transformar o Nada em Tudo ou simplesmente voltar ao Nada.
Segundo
uma lei da cibernética, “As coisas só se organizam no caos”.
Gabriel Novis Neves
26-10-2012
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