sábado, 3 de novembro de 2012

Conselho Federal de Medicina


O jornal de número 212 - de setembro - do Conselho Federal de Medicina (CFM) confirma o que há tempo alertamos à nossa população.
“Nos últimos sete anos,  Cuiabá perdeu oficialmente 600 leitos.”
Acho que essa pesquisa foi feita por aquele instituto que previu a vitória do candidato alinhado no primeiro turno das eleições em Cuiabá.
Qualquer trabalhador da saúde sabe o número dos hospitais que foram fechados em Cuiabá, e o que isso representou em número de perda de leitos.
Dentre as especialidades mais atingidas estão a Psiquiatria, Pediatria, Obstetrícia, Cirurgia Geral e Clínica Geral.
Santo de casa não faz milagre. Por isso publico esses dados do CFM para documentar o descaso da saúde pública no Brasil e, especialmente, em nosso Estado.
Durante esses sete anos de chumbo para a nossa saúde pública, em que hospitais foram comprados e fechados pelo governo, o silêncio dos nossos políticos foi, no mínimo, incompreensível. A sociedade nem tomou conhecimento dessa verdadeira ação terrorista contra os nossos pacientes mais sofridos e necessitados.
A verdade demorou a aparecer. Hoje sabemos o DNA daqueles torturadores das pessoas mais fragilizadas pela doença.
Alguns desses responsáveis pelo sofrimento da nossa gente humilde começaram a ser castigados pelos eleitores. É o caso de um ex-ministro da Saúde - que em Recife não obteve votos que o levasse para o segundo turno das eleições municipais na cidade do frevo.
Aqui em Cuiabá a situação da nossa saúde pública é problema para o Tribunal de Haia.
Cofres públicos inexplicavelmente vazios fazem com que decisões judiciais não sejam cumpridas.
O plano de saúde do governo estadual faliu completamente e deixou sem atendimento médico mais de cinquenta mil usuários, e o governo não demonstra a mínima capacidade para resolver essa situação de verdadeira humilhação aos servidores do Estado.
A pergunta que o governo não responde: onde estão os recursos dos repasses institucionais?
Gente morrendo, e gente pensando em obras faraônicas para a Copa do Mundo.
Gente chorando de dor, e gente satisfeita com bons negócios.
Gente pensando que tudo pode, e gente desse grupo indo para a cadeia.
Gente sem esperança, e gente aguardando novas vantagens.
Gente sem condições de governar, e gente arrependida de vender o seu voto.
O fortalecimento do desgastado e desacreditado Sistema Único de Saúde (SUS) foi desmoronado pelo baixo financiamento público.
Não conseguimos resolver os problemas da Atenção Básica da Saúde, prevenção e promoção da saúde, e as “doenças da modernidade, como o câncer, problemas cardíacos e a violência, principalmente”.
Estas já são consideradas as principais causas da mortalidade no país.
O Brasil, e muito menos, Cuiabá, não estão preparados para enfrentar essa onda de patologias que exigirá cada vez mais recursos financeiros do SUS.
Chegou o momento político de refletirmos sobre outro modelo de saúde pública diante do fracasso do SUS.
Gestores públicos: não prometam aquilo que não poderão cumprir, especialmente no setor da saúde pública. Mantenham o que existe funcionando, e bem. Por favor, não deixem que interesses outros diminuam ainda mais o número de leitos na nossa cidade.
O momento da nossa saúde pública exige seriedade e pessoas responsáveis. Vamos lutar pelo aumento de financiamento para a saúde, e diminuição de covas nos cemitérios.

Gabriel Novis Neves

30-10-2012

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