segunda-feira, 12 de novembro de 2012

SUJEIRA


O governo atual resolveu levantar os tapetes do palácio em uma demonstração de forte oposição ao governo passado. Nunca imaginei que se pudesse encontrar tanta sujeira escondida. O interessante é que o atual mandatário foi vice do governador anterior.
Em doses homeopáticas a imprensa vai anunciando, para decepção de milhares de mato-grossenses, os bagulhos ali encontrados.
Esse lixo da vergonha deverá ser retirado do governo em um treminhão, tão comum nas rodovias mato-grossenses. 
Criticar sempre foi tarefa fácil, especialmente para quem está no poder cercado por aquela gente.
A desconstrução de uma vida honrada, quando não interessa aos poderosos, é feita em segundos.
Mesmo com o arrependimento tardio, o mal feito não tem retorno.
Assisti durante esses últimos anos tantas destruições de pessoas sem sujeira debaixo do tapete, que abandonei a vida pública por puro desencanto.
A moeda tem duas caras. É triste verificar que na política a preferência é pelas moedas podres.
Até quando seremos esse país conhecido mundialmente pelo seu potencial econômico e métodos não republicanos dos seus políticos na arte de governar?
Valorizamos a nossa balança comercial e nem nos lembramos do nosso atraso educacional e, principalmente, cultural.
Um dos fatos mais marcantes que observei no início da minha vida pública foi o número de bibliotecas do governo na área rural da Romênia.
E não eram puxadinhos construídos de qualquer jeito e com livros doados. Eram verdadeiros palácios, como deve ser tratada a educação e a cultura.
A vassoura da ética não é a construção de presídios.
Temos que deixar essa mania de priorizar obras físicas que logo serão abandonadas e destruídas, pois não educamos as nossas crianças para usufruírem do seu conforto.
Mas isso é uma decisão política e que não rende votos.
Enquanto vivermos nesse atraso insuportável, a sujeira dos negócios inconfessáveis é jogada para debaixo dos tapetes dos palácios imperiais.
O mundo vai se modernizando, enquanto caminhamos administrando com mãos de ferro as nossas capitanias hereditárias.

Gabriel Novis Neves
08-11-2012 

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