Antigamente
a vizinhança era um fator decisório em muitas situações. O velho ditado -
“Diz-me quem são seus vizinhos, só assim terei condições de oferecer a minha
opinião”, contribuiu, em parte, para que isso fosse visto como verdade.
Cresci
com a cultura da boa vizinhança, pois são com os vizinhos que, pelo menos
antigamente, tínhamos mais contatos, chegando mesmo a formar uma grande
família.
O
meu Estado tem uma enorme vizinhança, e, por incrível que pareça, fomos
instrumentos de algumas desavenças.
Com
os nossos amigos paraguaios (antes da divisão do Estado), lutamos naquela
guerra que a Inglaterra mandou o Brasil fazer, para destruir um país emergente
na América do Sul.
Esse
conflito está na lista dos documentos secretos que jamais serão revelados a
nós.
Alguns
detalhes dessa guerra, aprendi com o Rubens de Mendonça, que nunca publicou a
verdadeira história da Guerra do Paraguai porque a sua ótica era totalmente
diferente da história oficial, ensinadas às crianças nas escolas.
Segundo
o historiador, que não tinha papas na língua nem reservas nas suas conversas
comigo, a verdadeira história jamais poderá ser do domínio público por uma
razão muito simples - o que iremos fazer com os nossos heróis, e como iremos
justificar a nossa presença nessa briga?
Com
a Bolívia, temos aquela história do Barão do Rio Branco, que deu um trecho da
estrada de ferro Madeira-Mamoré, logo transformada em elefante branco, e ficou,
com o hoje, Estado do Acre.
A
presidente aceitou os conselhos do Sarney e do Collor em não tornar públicos
esses documentos, que morrerão secretos para não reabrir feridas em nossos
vizinhos.
O
Chile, outro vizinho, ocupa posição estratégica para as nossas ambições. Com um
pouquinho de entendimento e sem guerras, poderemos ter a sonhada saída para o
Pacífico pelo porto de Arica (Peru).
Como
o planeta Terra, dizem, ainda é redondo, os países do oriente do trópico úmido,
necessitam basicamente da nossa produção maior, que é o alimento. Essa
saída para o pacífico é estratégica para Mato Grosso.
O
nosso problema hoje é com o vizinho presidente cocaleiro.
Depois
de encampar uma refinaria de petróleo da Petrobrás na marra, sem nenhuma
resistência do governo brasileiro passado, agora resolveu legalizar os veículos
roubados no Brasil.
Converte,
do dia para a noite, um carro roubado, ou trocado, pelo seu principal produto
de exportação (drogas), em apto para uso em seu território.
Só
para se ter uma idéia do que representa a indústria de carros roubados de
brasileiros na capital boliviana, os números oficiais falam em mais de dez mil.
Além
do roubo dos veículos, os nossos vizinhos são os maiores abastecedores do
comércio de drogas, que está destruindo as nossas gerações.
E
grande parte desse negócio entra e sai pelo nosso Estado.
O
governo sabe de tudo, e a fiscalização e a proteção das nossas fronteiras com o
cocaleiro, parecem que estão sendo realizados por aqueles aviões invisíveis da
última campanha presidencial. Já esqueceram que foi até dito que o Brasil já
havia adquirido?
O
governo mete o nariz onde não deve, e esquece-se de fazer a lição de casa, que
é patrulhar as nossas fronteiras.
O
Brasil se cala diante dessa bandalheira do nosso vizinho em nome de quê?
Será
o arrependimento tardio pelo que fizemos no passado com eles?
A
vizinhança tem que ser boa!
Gabriel
Novis Neves
20-01-2012
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