Um
pedacinho do céu pousou na terra por problemas técnicos.
Na
ocasião, sobrevoava Cuiabá e, por erro de cálculo, caiu num altiplano sem água,
que mais tarde recebeu o nome de Chapada dos Guimarães.
Esquecida
durante séculos, aos poucos foi sendo descoberta pela curiosidade dos cuiabanos
em desvendar as suas belezas naturais.
A
sua altitude, de clima diferenciado, com predominância das correntes gélidas
que vêm da Cordilheira dos Andes, dão um aspecto de cidade não tropical de
clima tórrido.
A
linda e tortuosa subida da serra, com suas fantásticas quedas de águas, logo
foram batizadas com o nome de Salgadeira e Véu da Noiva, que fica no Portão do
Inferno - o seu cartão de visitas.
A
enorme cratera, de um cenário invejável, muitos séculos atrás foi mar. Nas suas
rochas foram encontradas inscrições dos fenícios, exímios navegadores e
comerciantes.
A
Chapada é uma terra que atrai turistas de todas as preferências. Desde os
estudiosos arqueólogos, místicos, poetas, músicos, religiosos, fotógrafos,
artistas plásticos, naturalistas, até os apreciadores do ócio.
Como
é bela esta cidadezinha! Com sua igrejinha - de mais de duzentos anos -, sua
vegetação exuberante e exótica, seus pássaros multicoloridos, seu clima
agradável e um quê de místico no ar, é um convite ao relaxamento e à meditação.
Chapada
inspiradora e dos suspiros profundos - de difícil interpretação. Cidade do amor
à primeira vista, dispensando a sempre presente paixão-aperitivo.
Tudo
na Chapada é rápido e direto, onde decisões tomadas jamais causaram
arrependimento. As coisas da Chapada me fazem cair de amores, como em um
reflexo condicionado.
Neste
Natal, um amigo me mostrou a coleção de rosas que nasceu no quintal de sua casa
em Chapada. Além daquelas de coloração tradicional, uma infinidade de
combinações de cores, construíram um cenário dos céus.
Rosas
de cores fortes, mescladas, e algumas, de tão suaves na sua tintura, pareciam
desbotadas. Rosas com vida, dando razão ao poeta do povo que conversava com
elas e sentia o perfume que trazia da pessoa amada.
Rosas,
rosas e rosas. Há necessidade de continuar tentando descrever a sua beleza.
Silêncio. Quero olhar calado, acionar todos os meus neurônios e pensar. Pensar
sobre o mistério da beleza das rosas da Chapada.
Gabriel
Novis Neves
13-01-2012
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