Nem
a derrota do Flamengo na Bolívia, despertou tantas atenções nas esquinas de
Cuiabá como a notícia da onça pintada que agrediu o motorista de um caminhão em
Ipiranga do Norte - (470 km ao norte de Cuiabá).
Quem
foi a vítima e quem foi o agressor? Eis a questão!
A
mídia informa que quando o motorista chegou de bicicleta ao barracão para pegar
o caminhão para trabalhar, foi violentamente agredido por uma onça, que surgiu
de surpresa.
A
sorte do caminhoneiro foi a bicicleta. Ao receber a primeira patada da onça ele
foi ao chão - e a bicicleta ficou por cima do seu corpo agindo como um frágil
escudo.
Ao
se levantar para fugir, já gritando por socorro, foi novamente agredido. As
investidas da onça deixaram no corpo do motorista cerca de 200 pontos
cirúrgicos.
Após
o ataque, a onça desapareceu. Deixou pelo chão impressões digitais – dela e de
dois filhotes. Provavelmente a onça estava em busca de comida.
O
motorista teve que ser removido para um hospital com maiores recursos - a 420
km ao norte de Cuiabá.
Felizmente,
nada de mais grave aconteceu com o ele. Obteve alta hospitalar e a sua
agressora não foi mais localizada na pequena cidade.
A
cidade de Ipiranga do Norte não alcançou a popularidade da Luiza do Canadá, mas
está sendo muito falada.
De
acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade
de Ipiranga da Onça – digo - do Norte, possui 5.123 habitantes. É um dos
inúmeros municípios novos do Nortão de Mato Grosso, e a sua principal economia
é a agricultura.
Nasceu
em 1º de janeiro de 2005, fundada por um grupo de famílias oriundas do Rio
Grande do Sul.
No
final do ano passado foi feita uma pesquisa entre os moradores da cidade, com a
seguinte enquete: “O que você deseja para 2012?”
A
resposta vencedora, com 54,55% dos votos foi: Ganhar Dinheiro. Saúde
recebeu: 31,82%; Amor: 9.09% e Felicidade: 4.54%.
Voltando
ao assunto da onça: quem agrediu quem?
A
imprensa e a polícia dizem que a onça pintada, de surpresa, agrediu o motorista
no centro da cidade de Ipiranga do Norte, e que a agressora fugiu sem
providenciar socorro à vítima.
Um
biólogo consultado para opinar, acha que a onça foi agredida pelo homem no seu
habitat natural.
Até
há pouco tempo as onças frequentavam as matas que a motosserra do progresso
derrubou, dando origem à cidade. Onças, antas, capivaras, sucuris,
tamanduás e tatus - só para citar alguns animais – perderam parte do seu
habitat natural.
Esses
animais foram expulsos pelo colonizador e estão morrendo de fome. Eles não matam
nem atacam por ódio ou vingança, e sim, para sobreviver, se defender ou manter
o equilíbrio ecológico de uma região.
Desse
desastre ecológico do homem e da onça, fica uma lição aos nossos governantes: alguma
coisa está errada na ocupação racional de Mato Grosso.
Lugar
de onça é na mata. Se ela for destruída, a onça e seus parceiros ficarão no
centro da cidade.
Gabriel
Novis Neves
26-01-2012
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