O
carnaval está chegando. O desfile das escolas de samba na Avenida Marquês de
Sapucaí e dos trios elétricos de Salvador, serão suplantados em criatividade
por uma novidade.
Segundo
especialistas em folias de Momo, o troféu criatividade pertencerá aos sambistas
de Brasília, com a sua incrível Dança das Cadeiras.
É
irresistível o ritmo alucinador e animado que embala essa dança, embora a letra
da marchinha seja muito repetitiva.
O
enredo conta a história de como apear do poder com dignidade, sempre com uma
carta modelo de pedido de demissão.
A
rainha da bateria lamenta a decisão do sambista desertor e diz que a escola
perdeu muito com a saída do componente - todos, por coincidência, da ala dos
compositores.
Esses
gênios deixam um acervo riquíssimo de composições e os mais diferentes modelos
de como desfilar com apetrechos do povo.
Jamais
serão esquecidos pelos estudiosos que habitam as modernas casas de aprendizado
de segurança máxima.
Como
expectadores do desfile da Dança das Cadeiras, tivemos oportunidades de
assistir o troca-troca de dançarinos, como a saída do Palocci e a entrada de
Gleisi.
Ideli
e Luiz Sérgio trocam de cadeiras, sendo que o dançarino ocupa a cadeira da
dançarina e, esta, o do dançarino. É uma das modalidades da Dança das Cadeiras.
Os integrantes da escola continuam desfilando, apenas em posições trocadas.
Ficou mais harmonioso o conjunto, pois todo político é peixe de alguém e possui
o seu.
Paulo
Passos tira o lugar do Alfredo Nascimento, e toda a sua ala de índios. Nessa
dança saiu gente daqui.
Nelson
Jobim não dançava e falava mal dos seus colegas. Saiu por falta de disciplina,
substituído pelo conhecidíssimo passista Celso Amorim, que durante oito anos
desfilou no bloco Gaviões do Planalto.
Wagner
Rossi, bom carnavalesco, por pressão da torcida, deixa a Dança das Cadeiras
para Mendes Ribeiro Filho.
O
veterano Gastão Vieira substitui, por cansaço, o velhinho dançarino e boêmio
Pedro Novais, que aprontou muito nas festas que promovia.
Orlando
Silva, embora jovem, não suportou o ritmo da Dança das Cadeiras e deixou o seu
lugar para o premiadíssimo Aldo Rebelo.
Carlos
Lupi, mesmo morrendo de amores pela presidente da escola da Dança das Cadeiras,
deixou, com pesar, o seu lugar para Paulo Roberto dos Santos Pinho.
Fernando
Haddad vai desfilar em São Paulo e provocou uma dupla mudança nos dançarinos.
Em seu lugar ficou o Aloísio Mercadante e, no lugar deste, Marco Antonio Raupp.
Mario
Negromonte vai ser homenageado no carnaval cuiabano, no luxuoso carro alegórico
VLT. Para ocupar o seu lugar na Dança das Cadeiras foi chamado o Aguinaldo
Ribeiro.
Tudo
indica que, com a injeção de sangue novo, misturado com algumas trocas de
posição na escola, a Dança das Cadeiras tem tudo e, principalmente, a simpatia
popular, para acabar com a hegemonia do carnaval do Rio e Salvador.
Este
ano Brasília conseguiu inovar, e as atenções do mundo estão voltadas para a
cidade dos sonhos de Dom Bosco.
Ficarei
em Cuiabá, assistindo pela televisão o desfile da escola das Danças das
Cadeiras.
Gabriel
Novis Neves
03-02-2012
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