O
governo federal tenta aprovar no Congresso Nacional um projeto que regulamenta
a criação de um fundo de aposentadoria complementar para o setor público
federal, informa o jornal Folha de São Paulo.
Com
a regulamentação, a aposentadoria no setor público será limitada ao teto pago
pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) ao setor privado, hoje em R$
3.691. Quem quiser um benefício acima desse teto, terá que contribuir para a
previdência complementar.
Com
relação aos aposentados e pensionistas, nenhuma palavra. A corda sempre
arrebenta do lado mais fraco e o servidor público, mais uma vez, irá pagar pela
roubalheira sem limites do dinheiro público pelos agentes públicos do mais alto
escalão.
Caso
alguém, algum dia, resolver o problema da corrupção neste país, não haverá
necessidade de se perseguir algumas classes de funcionários públicos do poder
executivo.
Os
outros poderes da república têm as suas próprias leis - imexíveis e vergonhosas
-, como à do teto dos seus servidores. Em doze meses de governo da
continuidade, nada menos que sete ministros, de livre e espontânea vontade,
pediram demissão por atos suspeitos de falta de ética na administração pública.
Outros
tantos, estão na fila aguardando a sua vez. Dispensados esses servidores das
suas funções públicas, o assunto está encerrado.
Daí
para frente ninguém fala mais nos milhões de reais desviados da merenda
escolar, compra de medicamentos, ambulâncias, creches, hospitais de câncer,
educação, saúde básica, segurança, agricultura, obras superfaturadas, etc.
Esses abnegados e despojados ministros continuam a frequentar o Palácio do
Planalto e, com desenvoltura, fazem o que sabem no Congresso Nacional - lobby.
Os
políticos fichas-sujas têm trânsito livre em todas as esferas do poder e são
até referenciados como excelentes articuladores políticos. O pior é que essa
verdadeira organização criminosa - de sumir com o dinheiro público para
paraísos fiscais e patrimônio pessoal -, tem chefes altamente respeitáveis no
cenário nacional e internacional.
Até
concordaria com a intenção da presidente, mas a medida teria que ser adotada em
todos os poderes, para todos os servidores. É uma vergonha nacional comparar os
salários e benefícios de certos setores da administração pública, pagos com o
nosso dinheiro.
Revoltante
como o governo trata os servidores do Congresso Nacional, Justiça, Tribunais de
Contas, comparados com salários de pesquisadores, professores, médicos, pessoal
das forças armadas e outras categorias funcionais de segunda classe, segundo o
governo.
Esses
privilegiados servidores furadores de tetos e salários não compatíveis com suas
funções, além dos inúmeros fantasmas, estão liberados da previdência
complementar para continuarem com seus salários de marajás.
Também
seus reajustes salariais não obedecem aos percentuais miseráveis concedidos à
maioria de servidores de segunda classe. A diminuição de salários dos
aposentados e pensionistas do poder executivo é histórico. O roubo aumentou e o
salário do aposentado diminui, é a tradição.
O
valor anual da corrupção no Brasil é maior que os recursos previstos para o tal
fundo para a previdência privada. Pobre Brasil da Copa do Mundo, Olimpíadas, da
falta de educação, de saúde, de segurança e da impunidade!
Não
será a primeira vez, nem surpresa que, para salvar o Brasil da inflação, o
governo corte benefícios de alguns funcionários públicos aposentados e
pensionistas.
Direito
adquirido? Privilégios de alguns na terra de alguns.
Gabriel
Novis Neves
28-01-2012
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