quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

SOBROU PARA OS APOSENTADOS


O governo federal tenta aprovar no Congresso Nacional um projeto que regulamenta a criação de um fundo de aposentadoria complementar para o setor público federal, informa o jornal Folha de São Paulo.
Com a regulamentação, a aposentadoria no setor público será limitada ao teto pago pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) ao setor privado, hoje em R$ 3.691. Quem quiser um benefício acima desse teto, terá que contribuir para a previdência complementar.
Com relação aos aposentados e pensionistas, nenhuma palavra. A corda sempre arrebenta do lado mais fraco e o servidor público, mais uma vez, irá pagar pela roubalheira sem limites do dinheiro público pelos agentes públicos do mais alto escalão.
Caso alguém, algum dia, resolver o problema da corrupção neste país, não haverá necessidade de se perseguir algumas classes de funcionários públicos do poder executivo.
Os outros poderes da república têm as suas próprias leis - imexíveis e vergonhosas -, como à do teto dos seus servidores. Em doze meses de governo da continuidade, nada menos que sete ministros, de livre e espontânea vontade, pediram demissão por atos suspeitos de falta de ética na administração pública.
Outros tantos, estão na fila aguardando a sua vez. Dispensados esses servidores das suas funções públicas, o assunto está encerrado.
Daí para frente ninguém fala mais nos milhões de reais desviados da merenda escolar, compra de medicamentos, ambulâncias, creches, hospitais de câncer, educação, saúde básica, segurança, agricultura, obras superfaturadas, etc. Esses abnegados e despojados ministros continuam a frequentar o Palácio do Planalto e, com desenvoltura, fazem o que sabem no Congresso Nacional - lobby.
Os políticos fichas-sujas têm trânsito livre em todas as esferas do poder e são até referenciados como excelentes articuladores políticos. O pior é que essa verdadeira organização criminosa - de sumir com o dinheiro público para paraísos fiscais e patrimônio pessoal -, tem chefes altamente respeitáveis no cenário nacional e internacional.
Até concordaria com a intenção da presidente, mas a medida teria que ser adotada em todos os poderes, para todos os servidores. É uma vergonha nacional comparar os salários e benefícios de certos setores da administração pública, pagos com o nosso dinheiro.
Revoltante como o governo trata os servidores do Congresso Nacional, Justiça, Tribunais de Contas, comparados com salários de pesquisadores, professores, médicos, pessoal das forças armadas e outras categorias funcionais de segunda classe, segundo o governo.
Esses privilegiados servidores furadores de tetos e salários não compatíveis com suas funções, além dos inúmeros fantasmas, estão liberados da previdência complementar para continuarem com seus salários de marajás.
Também seus reajustes salariais não obedecem aos percentuais miseráveis concedidos à maioria de servidores de segunda classe. A diminuição de salários dos aposentados e pensionistas do poder executivo é histórico. O roubo aumentou e o salário do aposentado diminui, é a tradição.
O valor anual da corrupção no Brasil é maior que os recursos previstos para o tal fundo para a previdência privada. Pobre Brasil da Copa do Mundo, Olimpíadas, da falta de educação, de saúde, de segurança e da impunidade!
Não será a primeira vez, nem surpresa que, para salvar o Brasil da inflação, o governo corte benefícios de alguns funcionários públicos aposentados e pensionistas.
Direito adquirido? Privilégios de alguns na terra de alguns.

Gabriel Novis Neves
28-01-2012

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