Frequento,
por puro prazer, uma chácara de floricultura, ou melhor, um viveiro de plantas.
Não é lojinha ou boutique da moda.
É
uma imensidão de área plantada, sempre com novidades. Plantas nativas,
ornamentais, enormes, nanicas, de cores as mais diversificadas, desde as cores
agressivas na sua coloração até as que parecem desbotadas.
Elas
transmitem vida, alegria e deslumbramento.
Terra
preta, adubo, pedrinhas ornamentais e uma gente apaixonada pelas belezas da
natureza.
Não
sou consumista. Não frequento lojas, shoppings, mercados e restaurantes, por
absoluta falta de necessidade.
Agora,
quando vou resolver um problema para o meu jardim entro no pior consumismo, que
é o irresponsável.
Há
poucos dias fui comprar um vaso. O antigo de cimento tinha se quebrado, pois
não suportou o tsumani que se abateu sobre Cuiabá anunciando o verão.
Uma
das proprietárias do viveiro, assim que ouviu a história do tsumani foi às
gargalhadas.
Ah!
Se todos os dias tivesse um vento forte!
Os
vasos antigos eram feitos de cimento, e ao menor tombo se espatifavam. Os novos
não. São bem mais caros, mas bem mais resistentes, principalmente aos ventos.
No
momento do pagamento do vaso, da terra preta para completar o preenchimento, do
adubo e das tais pedrinhas, notei em uma das enormes bancadas de flores, uma
caixinha de vidro com um pequeno conjunto de bambuzinhos.
Foi
amor a primeira vista! Trouxe o bambuzinho, com toda orientação necessária para
a sua manutenção. Coloquei a caixinha com meus bambuzinhos no centro da mesa
redonda que acabei de comprar para o puxadinho. Daí para frente foi só namoro.
O conjunto de bambu até já cresceu.
Moro
só, e na passagem do ano, espontaneamente, apareceu uma querida voluntária para
dar um ambiente alegre à minha casa.
A
colaboradora da boa vontade trouxe-me o melhor dos presentes: muitas flores - e
fez a decoração.
A
mesa nova onde estava meu bambuzinho ficou com uma superdecoração de flores. E
ele foi despejado de seu local.
Após
uma semana da decoração, de saída para o consultório e já na porta do elevador,
minha ajudante caseira pergunta-me até quando o bambuzinho iria permanecer
dentro do cinzeiro.
Corro
para vê-lo. Ainda o encontrei com vida. Estava sem água, único alimento do
bambu. A caixa de vidro, que era a sua incubadora estava cheia de flores. As
plantas da caixa do bambu estavam em morte cerebral.
Depois
de voltar ao seu local de origem, parece que conseguimos salvar o bambuzinho.
Seu
estado de saúde inspira cuidados. Confio na sabedoria chinesa que diz que o
bambu enverga, mas não quebra.
Ajudar,
às vezes, nas melhores das intenções, pode prejudicar.
Gabriel
Novis Neves
06-01-2012
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