A
ilusão terminou no dia 31 de dezembro. Tudo continua como dantes.
Até
os festejos do emblemático último dia do ano, de acordo com o nosso calendário
gregoriano, são cópias autênticas às dos anos anteriores.
Queima
de fogos com cronometragem para avaliar o Estado que mais torra dinheiro nessa
noite. O recorde é comemorado, no “bom sentido”.
Esses
não conhecem a “arte de viver consigo próprio ignorando o aborrecimento”.
Quanta
irresponsabilidade social entrar um novo ano queimando fogos, sabendo que
milhares de pessoas não têm o que comer e vestir, brindar e, muito menos, uma
casa para morar! E muitos estão sozinhos.
Em
algumas pessoas ainda resta a esperança, o mais nobre dos sentimentos.
Como
bem nos ensina o professor Mário Sérgio Cortella, esperança é do verbo
esperançar, que significa avançar. A outra é estática, a de não mudar nada, a
de permanecer numa zona suposta de conforto. O pior é quando, ainda em vida, as
pessoas a perde.
Há
pessoas também que, por crenças religiosas, depositam todas as suas esperanças
no grande mistério de variados planos espirituais.
As
superstições povoam essas festas com procura de rituais nas praias com
oferendas lançadas ao mar.
Batuques
africanos chamando nossos guias protetores.
Branco
é a cor predileta, sendo o amarelo muito lembrado pelos fãs do sucesso
material. Outras cores são também lembradas, de acordo com o momento em que
vivemos.
A
lista de “obrigações” a serem cumpridas é extensa, incluindo tipo de alimentos,
locais das comemorações - de preferência em ambientes abertos e altos - tudo
com muita alegria, seja espontânea ou química, com músicas animadas, que sempre
são a de velhos carnavais.
Nada
de diferente, e falta de criatividade, que nos faça reconhecer o novo. As
mesmas mazelas e misérias agravadas nos esperam.
As
últimas notícias do ano que findou prometem grandes momentos de instabilidade
política e social.
“Felizes daqueles cujo conhecimento é livre de
ilusões e superstições”. Buda.
Gabriel
Novis Neves
20-01-2015
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