segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

O soco do papa


Quase tão polêmico quanto o ataque islâmico à revista francesa Charlie Hebdo foi a entrevista do Papa Francisco.
Falando a jornalistas sobre liberdade de imprensa durante sua recente viagem às Filipinas, Sua Santidade disse que tem de haver limites no que tange à liberdade de expressão.
Ilustrou o seu discurso com a frase que correu o mundo: “se xingar a minha mãe, espere um soco”.
Dito pelo papa revolucionário, esse conceito metafórico chocou os intransigentes defensores da ampla possibilidade de se falar ou escrever sempre tudo o que se pensa.
Todo indivíduo, inclusive o papa, tem o direito de se manifestar livremente. Concordar ou não, é também um direito de todos.
O papa deixou bem claro que é contra a violência em todos os seus níveis e que ninguém está autorizado a matar o próximo, seja qual for a justificativa alegada.
O que complicou o entendimento da posição papal foi ter colocado como exemplo a mãe, quando a discussão central era sobre liberdade de imprensa.
Colocar a figura materna em abordagens é típico de estádios de futebol, onde é sempre caluniada a genitora do árbitro.
Grosseiramente, faz parte do folclore da nossa cultura futebolística e, ao contrário de manifestações racistas, neste caso não há punições.
Terminada a partida do esporte mais popular do mundo tudo é esquecido pelo juiz do jogo e torcedores.
No caso do soco, a impressão errônea que ficou é que o papa defende com restrições a liberdade de expressão, o que não é politicamente correto.
O ato de matar vem dos tempos bíblicos, onde Caim matou seu irmão Abel por motivos fúteis.
Sempre haverá mortes por assassinatos entre os humanos. O trabalho a ser realizado é o de aperfeiçoar as relações sociais.
Não é sem motivo que a maior indústria em faturamento seja a de armamentos.

Gabriel Novis Neves
19-01-2015

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