terça-feira, 13 de janeiro de 2015

GENEROSIDADE


Custei a entender que na vida há tantos mundos quanto os seres viventes.
Na nossa ânsia de donos da verdade costumamos nos limitar aos nossos aprendizados sociais, negando todos os outros que não se assemelhem aos nossos.
Isso geralmente é feito com muita arrogância, inviabilizando a convivência pacífica com os nossos semelhantes, seja a nível familiar, amoroso ou social.
Com a maturidade adquirida pela idade, comecei a acreditar que generosidade e compaixão podem nos tornar pessoas bem mais leves para o outro e, principalmente, para nós mesmos.
A possibilidade de ver em cada semelhante outros mundos muda radicalmente a nossa relação com a vida.
O distanciamento não é desamor, e sim, respeito ao mundo alheio.
Afinal, somos apenas a soma das experiências que tivemos durante a vida e, por isso mesmo, somos diferentes uns dos outros - ainda que vivamos tão próximos fisicamente.
Essa incompreensão não será o caldo de cultura para os preconceitos, para as intolerâncias religiosas e para tantas guerras?
Nunca a leveza das ideias foi tão importante! Para isso é preciso, não só reflexão, mas,   principalmente, um bom grau de humildade.
Entendo hoje que não somos o centro nem o fim de tudo e que a percepção disso é a descoberta do outro com todas as suas ambivalências e diversidades.
Perder peso é também isso, expulsar os quilos de ideias pré-estabelecidas com relação ao próximo.
Assim como fisicamente fica mais fácil viver com menos peso, o mesmo acontece no plano emocional, quando, com mais leveza, passamos a desfrutar de um mundo muito melhor.
Um mundo mais generoso com o próximo é, com certeza, um mundo muito mais leve.
Isso não é utopia, é atitude.

Gabriel Novis Neves
23-12-2014

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