Custei
a entender que na vida há tantos mundos quanto os seres viventes.
Na
nossa ânsia de donos da verdade costumamos nos limitar aos nossos aprendizados
sociais, negando todos os outros que não se assemelhem aos nossos.
Isso
geralmente é feito com muita arrogância, inviabilizando a convivência pacífica
com os nossos semelhantes, seja a nível familiar, amoroso ou social.
Com
a maturidade adquirida pela idade, comecei a acreditar que generosidade e
compaixão podem nos tornar pessoas bem mais leves para o outro e,
principalmente, para nós mesmos.
A
possibilidade de ver em cada semelhante outros mundos muda radicalmente a nossa
relação com a vida.
O
distanciamento não é desamor, e sim, respeito ao mundo alheio.
Afinal,
somos apenas a soma das experiências que tivemos durante a vida e, por isso
mesmo, somos diferentes uns dos outros - ainda que vivamos tão próximos
fisicamente.
Essa
incompreensão não será o caldo de cultura para os preconceitos, para as
intolerâncias religiosas e para tantas guerras?
Nunca
a leveza das ideias foi tão importante! Para isso é preciso, não só reflexão,
mas, principalmente, um bom grau de
humildade.
Entendo
hoje que não somos o centro nem o fim de tudo e que a percepção disso é a descoberta
do outro com todas as suas ambivalências e diversidades.
Perder
peso é também isso, expulsar os quilos de ideias pré-estabelecidas com relação
ao próximo.
Assim
como fisicamente fica mais fácil viver com menos peso, o mesmo acontece no
plano emocional, quando, com mais leveza, passamos a desfrutar de um mundo
muito melhor.
Um
mundo mais generoso com o próximo é, com certeza, um mundo muito mais leve.
Isso
não é utopia, é atitude.
Gabriel
Novis Neves
23-12-2014
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