quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

AMBÍGUO


Passados alguns dias da posse dos novos governantes da terra de Pedro Álvares Cabral, o que mais escutamos e lemos são referências ao controle dos gastos públicos, aperto de cintos e sentar sobre o cofre do Tesouro Nacional.
Tudo bem!
Medidas moralizadoras que merecem o nosso aplauso, não fosse a ambiguidade com a realidade existente.
Os donos do poder, imediatamente, trataram de se autopromover com aumentos estratosféricos em seus salários, beneficiando os integrantes dos poderes legislativos e judiciário, altos escalões do executivo e congênere.
Tudo isso num efeito cascata abrangendo, com suas abomináveis exceções, mais de cinco mil municípios brasileiros.
Nesse pacote a embalagem é acompanhada por vários mimos, dentre eles: os cartões corporativos ilimitados, auxílio transporte, moradia, biblioteca, viagens e o melhor plano de saúde do mundo.
No reverso da medalha faz-se economia com demissões em massa de pequenos servidores por justa causa.
Suspensão por prazo indeterminado de compras inadiáveis e de pagamentos por serviços já prestados.
Controle da corrupção com a criação de secretarias especiais para fiscalizar funcionários de primeiro escalão, escolhidos entre os melhores por critérios puramente republicanos.
Parcelamento de salários de pequenos servidores atingindo, entre outros, médicos e professores, sendo que estes últimos devem “lecionar por amor”.
O perfil dos executivos para tirar o Brasil deste beco de difícil saída é o mais esdrúxulo possível. Analisar trinta e nove ministros ou dezenas de secretários por estado, não é tarefa para um simples artigo.
Alguns merecem menção honrosa como, por exemplo, “o novo Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação Tecnológica” que, por ideologia, é contrário a essas conquistas.
Alega que o avanço nessa área representa ameaça ao emprego.  Corre o boato que já providenciou para o seu ministério a substituição de modernos computadores por máquinas de escrever não elétricas e mimeógrafos.
Segundo a ministra senadora pelo Tocantins, não mais existem no Brasil, latifúndios...
As tão desejadas mudanças passam por alterações técnicas semelhantes a um sonho de Natal.
O Brasil precisa de comando para sair desse mar revolto, onde em sua profundidade, nem camadas do pré-sal sobraram.
Continuaremos em 2015 com um discurso ambíguo entre o necessário e o real.

Gabriel Novis Neves
06-01-2015

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