Passados alguns dias da
posse dos novos governantes da terra de Pedro Álvares Cabral, o que mais
escutamos e lemos são referências ao controle dos gastos públicos, aperto de
cintos e sentar sobre o cofre do Tesouro Nacional.
Tudo bem!
Medidas moralizadoras que
merecem o nosso aplauso, não fosse a ambiguidade com a realidade existente.
Os donos do poder,
imediatamente, trataram de se autopromover com aumentos estratosféricos em seus
salários, beneficiando os integrantes dos poderes legislativos e judiciário,
altos escalões do executivo e congênere.
Tudo isso num efeito
cascata abrangendo, com suas abomináveis exceções, mais de cinco mil municípios
brasileiros.
Nesse pacote a embalagem é
acompanhada por vários mimos, dentre eles: os cartões corporativos ilimitados,
auxílio transporte, moradia, biblioteca, viagens e o melhor plano de saúde do
mundo.
No reverso da medalha
faz-se economia com demissões em massa de pequenos servidores por justa causa.
Suspensão por prazo
indeterminado de compras inadiáveis e de pagamentos por serviços já prestados.
Controle da corrupção com
a criação de secretarias especiais para fiscalizar funcionários de primeiro
escalão, escolhidos entre os melhores por critérios puramente republicanos.
Parcelamento de salários
de pequenos servidores atingindo, entre outros, médicos e professores, sendo
que estes últimos devem “lecionar por amor”.
O perfil dos executivos
para tirar o Brasil deste beco de difícil saída é o mais esdrúxulo possível.
Analisar trinta e nove ministros ou dezenas de secretários por estado, não é
tarefa para um simples artigo.
Alguns merecem menção
honrosa como, por exemplo, “o novo Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação
Tecnológica” que, por ideologia, é contrário a essas conquistas.
Alega que o avanço nessa
área representa ameaça ao emprego. Corre
o boato que já providenciou para o seu ministério a substituição de modernos
computadores por máquinas de escrever não elétricas e mimeógrafos.
Segundo a ministra
senadora pelo Tocantins, não mais existem no Brasil, latifúndios...
As tão desejadas mudanças
passam por alterações técnicas semelhantes a um sonho de Natal.
O Brasil precisa de
comando para sair desse mar revolto, onde em sua profundidade, nem camadas do
pré-sal sobraram.
Continuaremos em 2015 com
um discurso ambíguo entre o necessário e o real.
Gabriel
Novis Neves
06-01-2015
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