Chegamos
à segunda metade do primeiro mês do Ano Novo e os nossos desejos de dias
melhores já desapareceram inundados pelos velhos problemas.
Terrorismo
internacional, intolerâncias religiosa, econômica e cultural são as matrizes
desse precoce desencanto.
Os
poucos países ricos parecem estar atônitos e sem saber o que fazer ante a
ameaça do inimigo invisível.
Aqui
na terrinha tudo parado até o carnaval. Nada acontece, já que, como bons
tupiniquins, estamos nos preparando para mostrar ao mundo a nossa alegria
contagiante...
O
pior é que a carneirada entra nesse espírito e aproveita para cortar todos os
poucos laços morais que ainda conseguem aprisioná-la.
Os
turistas, encantados com a baderna, ajudam a aumentar o faturamento da
ex-Cidade Maravilhosa.
O
governo, sem dinheiro, inventa mil e uma desculpas para justificar a sua
incapacidade de gestão.
Corte
no orçamento, principalmente naquele destinado à educação e à saúde. Demissão
em massa de pequenos servidores.
A
justificativa de “economizar” não procede. Nenhum dos trinta e nove ministérios
desapareceu do “organograma da governabilidade”, assim como em alguns Estados
as secretarias ornamentais e ociosas não impediram a criação de novas.
O
aumento salarial para os chamados servidores intocáveis do primeiro escalão foi
substancial.
A
inflação disparou, com taxas dos serviços públicos nas alturas.
As
despesas com o mercado diminuíram e as mordomias continuaram.
O
resultado das provas do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) é de envergonhar
qualquer republiqueta, porém, não causou surpresa a ninguém.
Na
prova de redação mais de quinhentos mil alunos obtiveram a nota zero.
O
mesmo fenômeno de rendimento sofrível comparando ao ano anterior foi observado
em outras disciplinas, como a da matemática.
A
educação brasileira vai de mal a pior, e o jornal Folha de São Paulo,em
minúscula nota, informa que a tesoura federal fez uma grande poda nesses
recursos essenciais ao desenvolvimento do país.
A
saúde pública está desmantelada e a violência fora de qualquer controle.
Novos
governadores dizem ter encontrado cofres vazios, sendo que nos Estados sede da
Copa dos 7X1, o legado é impagável. Somente em longo prazo, e olhe lá!
O
país está envelhecido e paralisado.
Carnavalização
total e irrestrita.
Haja
antidepressivo para suportar o que nos resta de 2015!
Gabriel
Novis Neves
19-01-2015
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