quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Metade do mês


Chegamos à segunda metade do primeiro mês do Ano Novo e os nossos desejos de dias melhores já desapareceram inundados pelos velhos problemas.
Terrorismo internacional, intolerâncias religiosa, econômica e cultural são as matrizes desse precoce desencanto.
Os poucos países ricos parecem estar atônitos e sem saber o que fazer ante a ameaça do inimigo invisível.
Aqui na terrinha tudo parado até o carnaval. Nada acontece, já que, como bons tupiniquins, estamos nos preparando para mostrar ao mundo a nossa alegria contagiante...
O pior é que a carneirada entra nesse espírito e aproveita para cortar todos os poucos laços morais que ainda conseguem aprisioná-la.
Os turistas, encantados com a baderna, ajudam a aumentar o faturamento da ex-Cidade Maravilhosa.
O governo, sem dinheiro, inventa mil e uma desculpas para justificar a sua incapacidade de gestão.
Corte no orçamento, principalmente naquele destinado à educação e à saúde. Demissão em massa de pequenos servidores.
A justificativa de “economizar” não procede. Nenhum dos trinta e nove ministérios desapareceu do “organograma da governabilidade”, assim como em alguns Estados as secretarias ornamentais e ociosas não impediram a criação de novas.
O aumento salarial para os chamados servidores intocáveis do primeiro escalão foi substancial.
A inflação disparou, com taxas dos serviços públicos nas alturas.
As despesas com o mercado diminuíram e as mordomias continuaram.
O resultado das provas do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) é de envergonhar qualquer republiqueta, porém, não causou surpresa a ninguém.
Na prova de redação mais de quinhentos mil alunos obtiveram a nota zero.
O mesmo fenômeno de rendimento sofrível comparando ao ano anterior foi observado em outras disciplinas, como a da matemática.
A educação brasileira vai de mal a pior, e o jornal Folha de São Paulo,em minúscula nota, informa que a tesoura federal fez uma grande poda nesses recursos essenciais ao desenvolvimento do país.
A saúde pública está desmantelada e a violência fora de qualquer controle.
Novos governadores dizem ter encontrado cofres vazios, sendo que nos Estados sede da Copa dos 7X1, o legado é impagável. Somente em longo prazo, e olhe lá!
O país está envelhecido e paralisado.
Carnavalização total e irrestrita.
Haja antidepressivo para suportar o que nos resta de 2015!

Gabriel Novis Neves
19-01-2015

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