segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

PERERECAS DO CARIBE


Fala-se muito em desequilíbrio ecológico, mas, na verdade, não nos atemos muito à importância do fato.
No momento, preocupa-nos o aparecimento súbito no bairro paulistano do Brooklin de um surto de pererecas assobiadoras, as chamadas pererecas do Caribe.
São anfíbios de pequeníssimo porte, oriundos de algumas regiões das Antilhas, que têm o som como arma de sedução para atrair as fêmeas na sua ânsia de reprodução.
No seu habitat natural  seus predadores são as cobras e os ratos, em números abundantes.
Frente à pequena incidência desses animais em nosso país, as pererecas desenfrearam uma reprodução maciça e desordenada.
A população local, desesperada pela impossibilidade de dormir, uma vez que os decibéis provocados pelos anfíbios assobiadores ultrapassam em muito os compatíveis com o ouvido humano, procurou a ajuda da USP (Universidade de S. Paulo) para solucionar o problema.
Ao que consta, um turista incauto trouxe  como curiosidade essas pererecas minúsculas que, uma vez abandonadas, instituíram o caos nos jardins do bairro, criando assim um grande problema no ecossistema.
Isso me fez lembrar uma notícia de jornal: há quarenta anos os chineses, em verdadeiros mutirões, catavam manualmente os caramujos transmissores da esquistossomose, conseguindo, dessa maneira, exterminar a doença.
Duvido muito que aqui tenhamos essa paciência e esse grau de conscientização, se bem que, até o momento, é o que vêm fazendo os moradores do Brooklin.
A notícia, apesar de dada num tom jocoso, já vem preocupando as autoridades locais que, cautelosas, pedem ajuda ao Governo Estadual.
Ainda não nos conscientizamos  que o respeito à natureza é um respeito a nós mesmos.
Isso tem de ser ensinado nos currículos escolares ou, em pouco tempo, estaremos todos dizimados.

Gabriel Novis Neves
10-12-2014

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