Fala-se
muito em desequilíbrio ecológico, mas, na verdade, não nos atemos muito à
importância do fato.
No
momento, preocupa-nos o aparecimento súbito no bairro paulistano do Brooklin de
um surto de pererecas assobiadoras, as chamadas pererecas do Caribe.
São
anfíbios de pequeníssimo porte, oriundos de algumas regiões das Antilhas, que
têm o som como arma de sedução para atrair as fêmeas na sua ânsia de
reprodução.
No
seu habitat natural seus predadores são
as cobras e os ratos, em números abundantes.
Frente
à pequena incidência desses animais em nosso país, as pererecas desenfrearam
uma reprodução maciça e desordenada.
A
população local, desesperada pela impossibilidade de dormir, uma vez que os
decibéis provocados pelos anfíbios assobiadores ultrapassam em muito os
compatíveis com o ouvido humano, procurou a ajuda da USP (Universidade de S.
Paulo) para solucionar o problema.
Ao
que consta, um turista incauto trouxe
como curiosidade essas pererecas minúsculas que, uma vez abandonadas,
instituíram o caos nos jardins do bairro, criando assim um grande problema no
ecossistema.
Isso
me fez lembrar uma notícia de jornal: há quarenta anos os chineses, em
verdadeiros mutirões, catavam manualmente os caramujos transmissores da
esquistossomose, conseguindo, dessa maneira, exterminar a doença.
Duvido
muito que aqui tenhamos essa paciência e esse grau de conscientização, se bem
que, até o momento, é o que vêm fazendo os moradores do Brooklin.
A
notícia, apesar de dada num tom jocoso, já vem preocupando as autoridades
locais que, cautelosas, pedem ajuda ao Governo Estadual.
Ainda
não nos conscientizamos que o respeito à
natureza é um respeito a nós mesmos.
Isso
tem de ser ensinado nos currículos escolares ou, em pouco tempo, estaremos
todos dizimados.
Gabriel
Novis Neves
10-12-2014
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