Mais
uma lei interferindo no esquema familiar dos cidadãos acaba de ser promulgada:
a da guarda compartilhada.
Suponho
que países mais desenvolvidos nem tenham necessidade desse tipo de lei, já que
um melhor nível cultural proporciona um maior discernimento quanto às condutas
mais adequadas aos filhos provenientes de uma relação afetivo-sexual.
Quanto
mais subdesenvolvido o país maior a necessidade de ingerência doestado nas
organizações familiares de seus habitantes.
Ele
esquece, porém, que o foco principal da questão é a criança. Como ela não tem
poder decisório passa a funcionar como um joguete na mão de pais inescrupulosos,
incapazes de priorizar o seu bem estar.
Pela
própria fisiologia feminina a mãe tem sempre laços mais profundos com as suas
crias.
Os
pais, mais preocupados com a sobrevivência da célula familiar, mantêm-se mais
afastados em função de seus atributos de provedor.
Dessa
forma, a criança, normalmente, cria elos afetivos mais profundos com a mãe,
principalmente nos primeiros quatro anos de vida.
Com
a revolução industrial a mulher foi inserida no mercado de trabalho passando
assim a desempenhar uma tarefa dupla, a de mãe e a de provedora.
Atualmente
ela já domina 50% desse mercado.
Em
função dos laços biológicos fortes, no casal, a mulher permanece proeminente em
termos afetivos, não raro determinante do comportamento ético daquele futuro
adulto.
O
homem, quando de uma separação, geralmente começa a prover novas famílias e
consegue se desligar mais facilmente de laços anteriores. Isso, de um modo
geral.
A
criança, fruto do primeiro relacionamento, nem sempre é aceita pelos componentes
dessa nova família formada pelo pai, o que a tornará insegura e desconfortável.
Bem
mais lúcido seria fazer uma avaliação psicológica dessa criança na tentativa de
buscar as suas preferências afetivas ao invés de querer transformá-la num
objeto de disputa para qualquer um dos pais, principalmente por imposições
legais.
Leis
desse tipo nada mais fazem do que aumentar as pendências e as desavenças
familiares e, mais do que isso, contribuem para transformar pequenos seres em
futuros adultos neuróticos, párias sociais.
Ideal
seria que toda pessoa que se dispusesse a formar uma família tivesse a dimensão
da responsabilidade no futuro de seus rebentos e que no caso de uma separação
futura priorizasse o absoluto bem estar deles, inclusive em detrimento de suas
vaidades pessoais.
Entretanto,
vivemos numa sociedade promíscua, pouco ética e principalmente pouco
esclarecida que, lamentavelmente, tem pouco ou nenhum acesso à educação.
Uma
coisa é certa, aumentará, e muito, o movimento das bancas de direito de
família.
Gabriel
Novis Neves
23-01-2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.