Com
que facilidade nossas autoridades de plantão mudaram o nome de algumas ruas da
nossa cidade!
Praticamente
todas elas perderam o seu nome original, motivados, talvez, pelo oportunismo
político que sempre existiu e que jamais será extinto.
Citarei
uma das mais emblemáticas troca de nomes.
A
antiga Rua da Boa Morte teve seu nome alterado para Rua Coronel Antonio Paes de
Barros (Totó Paes) ex-governador do Estado de Mato Grosso. Depois sofreu outra
alteração, e passou a ser denominada Rua Cândido Mariano da Silva Rondon – o
maior sertanista do Brasil e cognominado Bandeirante do século XX, segundo o historiador
cuiabano Rubens de Mendonça em seu livro Ruas de Cuiabá.
Imagino
o constrangimento do grande humanista ao receber, em vida, essa solidariedade
dos políticos da sua terra, ao ter de substituir o homenageado falecido.
Rondon
é conhecido no mundo todo como pacificador, botânico, estudioso da nossa flora
e fauna, militar disciplinado e disciplinador, mas, em sua cidade é chamado,
pelos mais antigos, como Cândido Mariano.
Considerado
um dos cinco maiores andarilhos da Terra. Por duas vezes foi indicado, por
entidades estrangeiras, para o prêmio Nobel da Paz da Academia de Estocolmo.
Mas, infelizmente não levou o troféu em nenhuma das vezes. No entanto, a
distinção pelas indicações, já nos oferece a dimensão do seu trabalho e
importância.
Seis
anos após a sua morte, em 20/01/1958 no Rio de Janeiro, uma grande obra em sua
cidade, o Aeroporto Internacional de Cuiabá e Várzea Grande foi batizado com
seu nome.
Mais
uma vez o destino das homenagens foi cruel com o nosso grande herói sertanista.
Ele sempre preferiu andar a voar.
Só
foi lembrado para emprestar o seu nome ao nosso aeroporto graças ao movimento
político que assumiu os destinos desta nação àquela época.
Substituiu,
por consenso, o nome oficial do aeroporto, que era Aeroporto Maria Thereza Goulart.
Ela foi a responsável única pela construção da nova obra, e esposa do
Presidente deposto João Goulart.
No
afogadilho de agradar aos poderosos transitórios, muitas ruas tiveram seus
nomes trocados, mas sem apoio do povo, que continuou a se referir a elas pelo
nome antigo. Fato que prevalece até hoje.
Esse
fenômeno deve acontecer em todo o Brasil, com certeza.
Apenas
lamento essa dança de interesses explícitos que nos colocam muito mal no mundo
civilizado.
Gabriel
Novis Neves
23-12-2013
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