Conheço
vários “contos” onde vigaristas profissionais conseguem, num trabalho teatral,
convencer inocentes, ou ambiciosos, com as suas histórias de caipira
analfabeto.
Quem
nunca ouviu alguém contar, ou já leu em jornais, a incrível história de um
matuto que trocava um bilhete de loteria premiado por uma passagem de ônibus na
rodoviária e, mais algum dinheiro em espécie, para providenciar o enterro do
pai falecido em um distante município do Estado? E o pseudossortudo fazia o bom
negócio com o falso “artista”.
O
termo “artista” foi massificado recentemente como sinônimo de esperteza pelo
ex-presidente da Câmara de Vereadores de Cuiabá, ao se referir aos seus colegas
vereadores.
“Lá
só tem artista”, teria dito o presidente da Câmara para se defender das
acusações de deslizes administrativos.
Um
ex-presidente da República, quando deputado federal dos mais relapsos, afirmou
que no Congresso Nacional existia, pelo menos, trezentos “picaretas”, que é uma
forma rude de tratar seus colegas.
Em
sendo assim, é promissor o futuro político do criador de “artistas” na Câmara
de Cuiabá.
O
tempo responderá!
São
tantos os “contos”, antigamente chamados de golpes, que o mais utilizado hoje,
com grande margem de segurança e sucesso, é o de exportar jovens para arrumar
empregos rentáveis, especialmente na Europa, com infindáveis alternativas,
inclusive para a indústria do entretenimento cantando nas melhores boates e com
chances de ingressar no cinema.
E
as “espertas” brasileirinhas vão correndo para o continente das artes e dos
jogadores famosos de futebol de todo o mundo atrás dos fáceis euros.
Logo
descobrem que caíram no “conto” das escravas do sexo, e que agora pertencem a
um empresário que nunca viram.
Algumas
conseguem fugir para o Brasil, outras morrem por lá, vítimas da exploração do
comércio das escravas.
Já
conversei com muitas dessas meninas. Confesso que mesmo para um velho médico
acostumado a acompanhar muitas misérias humanas, é impossível não se emocionar
perante essa tragédia social.
Assistimos
de braços cruzados ao desespero de centenas de famílias vítimas desta audácia
do crime organizado no nosso país.
Em
uma nação que fornece bolsa alimentação para cerca de 10% da sua população, a
fome faz com que uma menina aceite ser bem “empregada” na Europa. Assim, poderá
salvar da fome, miséria e analfabetismo seus irmãozinhos e ajudar seus pais.
Não
são apenas os bandidos os responsáveis por essa rota do crime de prostituição,
e sim, os nossos governos que abandonaram a nossa juventude.
Oh!
Gente! Vamos criar “contos” sociais para evitar essa desumanidade?
Gabriel Novis Neves
02-01-2014
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