segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Condenação

Talvez a biológica seja a pior das condenações que um ser humano pode sofrer.
Nascemos, temos o nosso tempo de criança, entramos na adolescência, atingimos a vida adulta e somos “condenados” à maturidade.
É uma violência, onde a parte interessada, que somos nós, sequer somos ouvidos sobre se aceitamos ou estamos conscientes de que agora somos seres na maturidade e, como tal, considerados verdadeiras santidades.
Na prática sabemos que a biologia não funciona assim, obedecendo a tempo e datas.
Na vida há tempo para tudo, e esse tempo não é mensurável.
Diante do fato consumado, muitos procuram fugir desse estigma, que é considerado como a idade onde o erro humano não é permitido, pois a maturidade não permite.
Alguns fogem para o pior, tentando substituir maturidade por “melhor idade”, onde tudo diz ser permitido.
Que coisinha mais falsa essa denominação, onde o idoso, que é o maduro quando está bem, é de acordo com a sua idade.
Melhor idade é uma cretinice que alguns adotaram para servirem de deboche às crianças, aos adolescentes, pessoas maduras e idosas.
Dá até impressão que para se chegar a tal da maturidade, incorretamente adotada por alguns como a fase da melhor idade, somos obrigados a esquecer do período de criança, onde a inocência não dá espaço às maldades, privilégio dos adultos; das descobertas que acontecem na adolescência e dos encantos do período da reprodução, onde o ser humano se torna mais útil à sociedade pelos conhecimentos adquiridos e em pleno vigor físico e intelectual.
A maturidade nos é dada pela sabedoria, e não, adjetivando frases de autoestima de forma compulsória.
Como somos férteis em criarmos bobagens para preencher períodos estatísticos que nos resta de vida para fechar o nosso ciclo biológico!
Isso é inevitável, pois a vida continua longe das futilidades.
Como sinto falta da simplicidade! O caminho mais fácil para encontrarmos a felicidade que procuramos desde que nascemos.

Gabriel Novis Neves
02-01-2013

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