sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Sedutor

Quando nos referimos à palavra sedutor, logo nos vem a imagem que este adjetivo é exclusivo do sexo masculino.
Daquele conquistador barato, do homem cafajeste que não pode ver uma mulher, não necessariamente bela, sem colocar a máscara do galã irresistível.
É um tipo Zé Bonitinho, personagem dos mais antigos quadros de humor da nossa televisão. Joga o seu olhar irresistível sobre a possível presa, arruma o topete, morde suavemente os lábios e encara a vítima nos olhos.
Este é o tipo dos velhos modelos de sedutores femininos, ainda hoje encontrados em um país machista sem educação.
É de dar pena observar essa cena ainda tão frequente nos lugares badalados da cidade.
Entre os pobres não tem disso não. Gostou, parte para o convencimento a sós. Se der liga, negócio feito, sem brigas ou escândalos.
Apesar de o adjetivo sedutor estar ligado culturalmente à figura masculina, existem mulheres extremamente eficientes na arte da sedução.
Suas estratégias de conquistas são totalmente diferentes das masculinas.
Elas são extremamente discretas e conquistam pelo seu charme inato e, principalmente, pela inteligência.
Não tem olhares diferentes, tampouco usam cartões de telefone. Não são escravas das academias de ginástica para o corpo esculpido de músculos sem gordura.
São cheinhas, pois apreciam a boa gastronomia. Não perdem tempo em salões de beleza, colocando cílios e unhas postiças e uma máscara de pintura no rosto, muito menos enchendo os cabelos de produtos químicos com efeitos especiais.
Não possuem também implantes de silicone, preenchimentos com botox, nem marcas de bisturi.
Essas são as irresistíveis mulheres sedutoras, perigosas em qualquer ambiente.
A sedução não é um ato corporal, e sim, de identificação de almas.
No momento as mulheres estão vencendo.

Gabriel Novis Neves
03-01-2014

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