Empregamos muito a palavra
“coisa” em nossas conversas. É curta, simpática e, além do mais, sabemos que
tudo que é muito importante não são “coisas”.
Mesmo assim fazemos
concessões e abandonamos os nossos escrúpulos, reconhecendo, por exemplo, que o
dinheiro é uma “coisa” importante.
Dinheiro faz bem à saúde
e, quando a perdemos, procuramos recuperá-la com essa “coisa” que nos faz
chegar a um excelente centro médico.
Com essa “coisa” ajudamos
nossos amigos em dificuldades. Produz o milagre de aproximar colegas queridos
separados por distâncias continentais, com uma viagem de avião.
Essa “coisa” ainda nos
permite o conforto de uma vida sem humilhação.
Essa “coisa” do dinheiro
não traz felicidade. Manda vir. Foi a frase que li no para-choque de um
caminhão de carga.
Se o motorista tivesse
dinheiro, não estaria enfrentando atoleiros e diminuindo a vida útil do seu
equipamento de trabalho e a sua produtividade.
Mandaria fazer estradas
pavimentadas sem o custo Brasil, muito alto atualmente, e teria melhores
condições de trabalho e qualidade de vida.
Quem tem essa “coisa” em
abundância é gente tão sofisticada que não usa a moeda do seu país, e sim, do
império americano, onde essa “coisa” é chamada de dólar.
Ter muito dinheiro não é
problema, principalmente para quem consegue ter uma boa relação com ele. Se
colocado a nosso serviço e prazer, maravilha, mas ser por ele escravizado, uma
lástima.
Complicado é viver como a
maioria da população mundial. Sem o mínimo da “coisa”, num estado de completa
miséria. Com o insuficiente para o seu sustento, na pobreza.
Isso sim é difícil e
tarefa das mais árduas, infelizmente para a maioria da população.
E pensar que tem gente
importante que viaja com milhares dessa “coisa” na cueca. E pensar também que a
nossa Justiça decidiu que isto não é crime.
Que “coisa” difícil de
entender o poder que esse tal do dinheiro exerce sobre as pessoas, hein?
Gabriel Novis Neves
20-12-2013
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