sábado, 13 de outubro de 2012

CHOVEU DINHEIRO EM CUIABÁ


Na ausência das esperadas chuvas da primavera, presenciamos, no último final de semana, um verdadeiro toró de dinheiro nas pistas de pouso para aviões de pequeno porte na Grande Cuiabá.
Foi tanto dinheiro que veio da cidade dos sonhos de Dom Bosco, que até o nosso guardião São Benedito desconfiou.
Com os nossos cofres públicos vazios e com as enormes despesas que uma festa cívica como as eleições municipais exigem, especialmente no sistema do alinhamento, o jeito foi apelar aos amigos do Planalto Central.
A tempestade de dinheiro que vinha do céu foi tão intensa, que logo um protocolo de preços foi estabelecido para melhor distribuir os ‘recursos não contabilizados. ’
Candidatos a vereador totalmente desconhecidos, e sem serviços prestados à cidade, foram os mais votados.
Isso significa a sua boa colocação na ‘aparação’ dos sacolões de dinheiro.
Como custa caro a tal da democracia! É assim mesmo esse jogo - que é compreensível para alguns.
Interessante é que ninguém demonstra o mínimo interesse em saber a origem desses valiosos papéis paridos na Casa da Moeda no Rio de Janeiro.
Os depoimentos ouvidos sobre compra de votos no dia das eleições faz parte da nossa tradição republicana, dizem os mais antigos.
Não há sigilo nesses depoimentos pormenorizados de como esses crimes são realizados. Afinal, a imunidade existe para ser utilizada nesses momentos.
Sacolas e mais sacolas de dinheiro aqui chegaram, para liquidar com as eleições logo no primeiro turno.
Para a felicidade desta quase tricentenária cidade, o golpe não deu certo, apesar da abundância das sacolas.
Não tenho a mínima ideia em quanto ficará a fatura das eleições neste segundo turno, mesmo sem as desacreditadas pesquisas eleitorais.
Provavelmente, já está sendo negociado no mercado político o apoio para o segundo turno.
A desculpa será dinheiro em espécie para ‘cobrir’ dívidas de campanha.
Depois, acertos para compor a base de sustentação do governo. O modelo está pronto com a turma do alinhamento.
Gordura existe, e muito, para iniciar o projeto de compra de votos. Basta uma reflexão que o leitor-eleitor se lembrará de uma série de denúncias que estão correndo na Justiça e na Polícia.
Esse dinheiro, que agora será gasto na compra de apoio político, independe da chuva de papel-moeda programada para a reta final.
Pobre cidade rica, tão cheia de pecados cometidos por neo cuiabanos, com aplausos dos comodistas.

Gabriel Novis Neves
09-10-2012

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