Uma
noticiazinha escondida no jornal A Gazeta, informa que, por causa da Matriz de
Responsabilidade da Copa do Mundo, a Policlínica do Verdão será desapropriada.
Nada
mais importante para o eleitor conhecer a posição dos candidatos à prefeitura
de Cuiabá sobre este assunto.
Até
o momento em que escrevo este artigo, apenas um deles se manifestou. O assunto
é de grande seriedade para uma cidade totalmente vulnerável na área do
atendimento à saúde pública.
Isso
demonstra que o planejamento das obras da Copa foi feito nas coxas, e que o
governo do alinhamento político pouco está se importando com a saúde dos
pobres.
Em
um país civilizado, uma nova Policlínica estaria concluída e funcionando para,
só então, se fazer a desapropriação pretendida.
Falar
em compromissos com a saúde dos pobres, só mesmo na leitura dos textos do
pessoal do marqueting para o horário eleitoral gratuito da televisão e rádio.
Teremos
uma Copa com sacrifícios incomensuráveis da população pobre desta cidade, que
está morrendo à míngua por falta de atendimento médico.
Diante
de tanta tragédia na saúde pública da nossa cidade, onde os nossos doentes são
tratados como prisioneiros de guerra, agora, para o grande público, estourou a
notícia da privatização do nosso Hospital Universitário Júlio Muller.
A
comunidade acadêmica que trabalha no hospital está revoltada por esse ato de
violência do governo federal, que extermina a autonomia universitária em área tão
prioritária que é a da saúde.
A
justificativa oficial dos defensores de tal estupro na formação dos nossos
futuros médicos é que tudo irá melhorar.
A
semente da discórdia foi lançada com aplausos dos chapas brancas. Teremos duas
classes de funcionários no hospital privatizado pelo governo federal.
Os
antigos funcionários continuarão como servidores estatutários, com todas as
vantagens do cargo.
Os
novos professores e funcionários serão selecionados e trabalharão regidos pela
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
Dois
candidatos à prefeitura são médicos e se escondem para não comentar sobre esse
assunto, que trará reflexos na formação dos nossos futuros médicos.
Segundo
os entusiastas da tomada do poder pelo poder, que aceitam as mais sórdidas
alianças, só falta agora o alinhamento para a privatização da nossa querida
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Isso,
no entanto, eu creio que jamais irá acontecer, pois os professores-doutores da
ex-Universidade da Selva, jamais abririam mão da conquista da Constituição
Federal de 1988, onde os professores e servidores celetistas foram
transformados em estatutários.
Quem
defende a privatização do hospital Julio Muller é servidor estatutário, com
estabilidade assegurada e aposentadoria integral, e não, pelo miserável teto da
CLT.
Pimenta
nos olhos dos outro é refresco - lembro aos algozes da autonomia do nosso
hospital de ensino.
Submissão
tem limites, minha gente. De tanto se abaixar para as interferências de
Brasília, o hospital formador de médicos corre o risco de expor os seus
fundilhos.
O
administrador público tem que estar preparado e desprendido de interesses
menores para exercer essa função, correndo o risco de ter a sua imagem
prejudicada.
Começamos
mal o mês de outubro na debilitada área da saúde pública.
Vamos
perder a Policlínica do Verdão e, por mal dos pecados, sofrer a intervenção
desastrada no Hospital Julio Muller com a sua privatização.
Gabriel Novis Neves
02-10-2012
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