O
cuiabano é um povo sortudo. Na efervescência do julgamento do mensalão pelo
Supremo Tribunal Federal (STF), os seus representantes, semanalmente, nos
visitam.
Sendo
assim, ficamos conhecendo essa gente que patrocinou o maior assalto aos cofres
públicos, segundo parecer do Procurador Geral da República.
O
mais interessante é que o motivo da vinda desse pessoal à nossa esquecida
Cuiabá, está relacionado à moderna tese do alinhamento político.
Entendo
que, se o Planalto compra apoio político no Congresso Nacional utilizando o
dinheiro destinado à educação e à saúde, por aqui temos que fazer o mesmo, para
o 'bem' do Brasil e trabalho para os Ministros do STF.
O
governador deste Estado está em um mato sem cachorro. Submisso ao governo
federal, não tem sido prestigiado com relação às verbas federais para o seu
programa de obras não prioritárias.
Desesperado,
o governo empresta dinheiro de bancos nacionais e internacionais, só que, até
agora, nada chegou por aqui.
As
obras da Copa do Mundo estão todas atrasadas, e com problemas pendentes na
justiça.
O
interior do Estado está completamente abandonado, aguardando a liberação de
mais um milionário empréstimo bancário para investir, não na saúde e educação,
mas no tradicional asfalto casca de ovo, segurança de financiamento da próxima
eleição.
E
a mentirada das maravilhas do alinhamento político continua. Enquanto isso, na
fila de espera para uma consulta médica os pobres do SUS continuam morrendo. E
o governo não está nem aí para esses ‘pequenos’ problemas sociais.
Os
governos estadual e federal encaram com a maior naturalidade esse verdadeiro
terrorismo aos direitos humanos.
Não
entendo mais nada do que está acontecendo por aqui, ou melhor, entendo até
demais, por isso revolto-me e não me calo.
Estamos
sendo saqueados naquilo que temos como inegociável na nossa formação, que é a
solidariedade com os mais necessitados.
O
ministro da turma do mensalão deveria explicar ao distinto público que foi
ouvi-lo, e pagar os dízimos para a campanha do seu candidato, a morte do
prefeito seu cunhado, até hoje um mistério - mas não para os irmãos do Celso
Daniel.
É
disso que o povo gosta.
E
os aviõezinhos continuam a despejar representantes dos mensaleiros para o
trabalho patriótico de convencimento do alinhamento.
Gabriel Novis Neves
04-10-2012
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