Há semanas que a nossa
imprensa vem denunciando o estado de calamidade da nossa saúde pública.
Hospitais sem poder
receber os pacientes do SUS por absoluta falta de condições materiais,
consequência da ausência de repasses financeiros do governo estadual.
Os leitos de UTIs estão
fechados para receber novos pacientes pobres, até o pagamento de todas as
parcelas em débito.
Os postos de saúde,
policlínicas e o Pronto Socorro, atendem em condições mais precárias que em
muitos países em guerra, onde as pessoas estão morrendo por ideologias
religiosas ou em disputa desleal com as grandes potencias mundiais na luta pela
tomada dos seus recursos naturais.
O tratamento que os nossos
despreparados governantes dispensam aos doentes mentais, só é comparável àquele
dos campos de concentrações nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
As cenas divulgadas pela
televisão sobre o campo de concentração em que foi transformado o Hospital
Adauto Botelho, é de envergonhar qualquer sociedade que se diz humana.
O desespero de mais de
cinquenta mil dependentes do famigerado plano de saúde do Estado, o MTSaúde,
enche de indignação o mais controlado dos cidadãos.
Na opinião do Conselho
Regional de Medicina, o governo alinhado ao governo central, transformou os
nossos estabelecimentos de saúde em verdadeiros depósitos de doentes.
O Sindicato dos Hospitais
Privados alerta para um colapso geral no atendimento à saúde pela pressão de
mandados judiciais para ocupação dos leitos particulares, com o já
institucionalizado calote oficial.
O desespero tomou conta
dos profissionais da saúde por conviverem no limite da vida, por culpa do ineficiente
poder público.
Mesmo conhecendo a
extensão desse drama da nossa gente mais pobre, o governo se faz de surdo a
esse clamor. Por muito, encaminha funcionários inferiores sem poder de decisão
para infindáveis reuniões histéricas.
O povo desta sofrida
cidade gostaria de ouvir providências do governador sobre esse terrorismo
desumano implantado na cidade sede da Copa.
Reuniões todos os dias com
os dirigentes de hospitais só servem para agravar o quadro de uma solução para
resolver essa emergência que mancha a nossa reputação de cidade civilizada.
Chama a atenção o silêncio
dos porta-vozes que falam a mando do governador. Parece até que a Secretaria de
Comunicação do governo não funciona. Os encargos das tarefas pelas quais
existe, fica para após as eleições municipais. Que vergonha!
É triste assistir no
horário gratuito eleitoral o desfile dos responsáveis por essa situação de
humilhação.
O ministro da Saúde,
insensível diante do nosso sofrimento, afirma que todos esses problemas que
afetam a sua pasta, só serão resolvidos com a eleição do candidato do PT, que é
contra a privatização da saúde, tão defendida pelo ministro do PMDB e pelo
governador do Estado, seu maior cabo eleitoral.
Até o ministro da Pesca já
apareceu na TV prometendo ajudar Cuiabá, desde que o voto para prefeito for
alinhado.
Não quis se identificar
como um dos donos de uma Igreja que vive de vender milagres.
Abra o olho, Lúdio. Essa
crise na saúde de Cuiabá está acabando com o seu estoque eleitoral. Como médico
você precisa se posicionar. Sei que irá condenar o que os seus apoiadores estão
fazendo com a sua gente, especialmente aos seus clientes do SUS.
O silêncio politicamente
correto, não faz bem à coleta de votos. Abrir o jogo e condenar o seu principal
cabo eleitoral, só com sessões prévias de psicanálise para enfrentar,
especialmente, o seu coordenador político.
E a população de Cuiabá,
de tantas histórias de lutas, não percebeu ainda que seu dever é sair às ruas
em defesa dos mais humildes?
Sejamos generosos com os
que sofrem. Façamos um ato público de repúdio a esse descalabro em que está a
nossa saúde pública.
Acorda Cuiabá! Seus filhos
estão sofrendo e esperam esta solidariedade.
Gabriel Novis Neves
27-09-2012
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