quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Dia de São Lucas


Prefiro acreditar que o nosso Estado está falido, sem dinheiro, sem crédito, sem prioridades sociais, a admitir que a insensível administração estadual, alinhada com o governo federal, esteja tirando recursos constitucionais da saúde pública para outras finalidades.
O momento que passamos é tão crítico, que passou da hora de apelarmos para tribunais internacionais de direitos humanos.
O governo estadual continua na sua tese nazista-facista de não repassar dinheiro para a saúde pública desobedecendo, inclusive, a mandados judiciais - num gesto explícito e incompreensível de desvalorização da vida.
No Brasil existe uma frondosa árvore de cabides de empregos, verdadeiros sorvedouros de recursos públicos para alojar apadrinhados políticos.
São ministérios, secretarias, comissões, ONGs, povoados de aspones para cuidar de um pequeno grupo de privilegiados, desesperados para embolsar milionárias indenizações e polpudos salários de marajás.
Esses funcionários oficiais dos Direitos Humanos seguem a cartilha do partido que os nomeou.
Ninguém está interessado em saber o que acontece atualmente na saúde pública de Cuiabá.
Segundo o nosso governador alinhado, se o seu candidato a prefeito for o vencedor das eleições, é possível que, num futuro próximo, os pacientes do SUS – os que ainda estiverem vivos - poderão esperar pelos recursos federais que serão liberados.
Diariamente a imprensa denuncia violências cometidas pelo governo contra os fragilizados pacientes do SUS.
Filas da morte para uma simples consulta médica. Filas maiores para realização de exames laboratoriais. Hospitais impedidos de internar pacientes pobres por absoluta falta dos repasses a que fazem jus por serviços já prestados e não recebidos.
E os funcionários graduados desse governo que negam atendimento médico aos seus humildes servidores, estão sempre em São Paulo para tratamentos dos mais diversos, até de estética, tudo pago com os impostos arrecadados do nosso esforço.
Uma greve geral dos médicos está sendo anunciada para ‘comemorar’ São Lucas, o patrono dos médicos.
O que mais dói, nos trabalhadores da saúde e, em especial, nos médicos, é que recentemente o governo estadual repassou milhões de reais ao Poder Legislativo - tipo suplementação de recursos por ‘excesso’ de arrecadação!
O valor desses repasses daria para o governo do alinhamento impedir o fechamento do MTSaúde, que deixou mais de cinquenta mil usuários no olho da rua.

Sobrariam ainda recursos para os tão necessários repasses aos serviços de saúde do Estado.
Mas a prioridade do governo alinhado ficou comprovada que não é a saúde pública.

Depois de tanto desperdício com o dinheiro público, como o pagamento antecipado das lands-rovers russos para fiscalização das nossas fronteiras, e que nunca apareceram por aqui.
O refazejamento do projeto do Verdão, que custou uma nota preta, e até hoje ninguém sabe qual será o custo desse grande empreendimento social quando rolar a bola da FIFA.
A misteriosa troca do BRT pelo VLT que, inclusive, fez rolar a cabeça de um ministro de Estado.
As divulgadas negociações de empréstimos, cujos recursos jamais chegaram ao Tesouro do Estado, ou está 'escondido' por orientação do chefe dos arapongas.
Tem muito dinheiro que saiu e continua saindo pelo ralo da corrupção, mesmo com o aviso do Supremo Federal Federa (STF) que as regras do jogo foram alteradas.
É inacreditável que depois de todos esses descalabros cometidos pelo governo do alinhamento, a sociedade cuiabana, pacificamente, se cala.
A covardia é uma arma perigosa. Costuma atingir àqueles que pecam por omissão.
Os médicos voltarão às ruas. E a população sofredora?
Com certeza, aguardará o momento oportuno para revoltar-se com tudo que está acontecendo, utilizando a mais poderosa arma da democracia, que é o voto.
Socorra-nos São Lucas, Patrono dos Médicos, no dia em que nós o reverenciamos, enquanto ainda existimos.

Gabriel Novis Neves
18-10-2012

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