Na
política o limite do bem e do mal é, muitas vezes, sinalizado por uma
velocidade mil vezes superior à velocidade da luz.
Doutor
Tancredo Neves dizia que política é igual nuvem: discute-se e acerta-se uma
determinada situação e, logo em seguida, tudo muda de configuração. Tudo é
desfeito.
O
caso político de Cuiabá é tal qual uma nuvem. Há quatro anos o candidato a quem
o PT hoje faz oposição, era o seu candidato a prefeito. Não tinha defeitos
e era considerado símbolo do empreendedorismo.
A
sua vice era companheira histórica do PT. Mesmo com o apoio dos governos
Estadual e Federal, o empresário bem sucedido perdeu as eleições.
Nestas
eleições o PT tem candidato próprio, apoiado por aqueles dois governos. O bem
sucedido empresário também o é, mas as nuvens de quatro anos atrás tomam agora
outra forma. Para começar: ser empresário sem nunca ter ocupado cargo no
governo, agora é crime contra o pequeno funcionário público.
O
que faz alguém que era do bem se transformar no próprio mal?
Ele
não participou do mensalão, tampouco do mensalinho, descoberto aqui na nossa
terra em fase embrionária de investigação.
Esse
tênue divisor entre o bem e o mal só existe na política, e o que serve de liga
entre esses opostos é a traição.
Nesta
eleição “os traíras” estão assanhadíssimos. Gente de peso pesado e peso leve.
Eles procuram o alimento da sua vida, que é a fartura da traição.
Não
há “traíra” que já não ocupou ou ocupa um cargo público. É ali que eles se
reproduzem. São audaciosos e fazem questão de serem reconhecidos.
Nestas
eleições, o bem e o mal estão de mãos dadas, para desespero da nossa população.
Gabriel Novis Neves
21-09-2012
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