O
governo acha que o brasileiro que trabalha quase cinco meses por ano para
sustentar a máquina do governo é ignorante.
Bem
que há um esforço público para manter a nossa gente distante da educação
acadêmica, estratégia até agora alcançada, menos nas estatísticas oficiais, que
sei como são feitas.
O
saber independe da educação, mas sim, da cultura de um povo. O analfabeto, por
falta de oportunidades, detém saberes. Muitos, com formação acadêmica completa,
estão no grupo, cada vez maior, de analfabetos funcionais, patente genuinamente
brasileira.
Leia
esta notícia do jornal A Gazeta.
“A
Secretaria Municipal de Saúde (SMS) anunciou a contratação, em caráter
emergencial, de quinze clínico-gerais e dezesseis pediatras para atuar no
serviço de Pronto-Atendimento das seis unidades da capital que estavam sem
profissionais.”
Faz
tempo que as “pedras da cidade” reclamam da falta de médicos nos postos de
atendimento da prefeitura - neuros cirurgiões, ortopedistas, cirurgiões,
intensivistas, entre outros - além do indispensável apoio dos diferentes
profissionais de nível superior que compõem a equipe multidisciplinar de saúde.
Surpreendentemente,
uma chuva de publicidade invadiu nossas casas com mensagens políticas visando
às próximas eleições para a prefeitura da ex-Cidade Verde.
Gostei
de ver a criatividade da propaganda que diz que, enquanto o governo do Estado,
todos os dias, anuncia uma obra que nunca sai do papel, a prefeitura realiza
obras em toda a cidade, transformada em um imenso garimpo e, só depois de
concluídas, são anunciadas com o carimbo de prontas.
Isso
sempre acontece com técnico de futebol. Ele anuncia como vai jogar para vencer
e esquece-se de combinar com o adversário.
Para
que anunciar que vai contratar médicos quando a urgência manda colocá-los em
seus postos de trabalho, para só depois comunicar a população?
Milhares
de reais jogados no lixo, pois o que se fala como verdade na peça publicitária
não acontece de fato.
Quem
deve ter ficado alegre com essa mentira da prefeitura, foi o Excelentíssimo
Governador.
Algumas
obras anunciadas ficaram em protocolos assinados e fotos.
Hospital
da Criança, conclusão do Hospital Central, aumento do número de leitos para
Cuiabá, programa fila zero para atendimento clínico-laboratorial e cirúrgico.
Equacionamento
do fornecimento dos medicamentos da Farmácia Popular (foi fechada uma perto da
Cemat). Resolvido em definitivo o grande problema dos medicamentos para os
pacientes transplantados e aqueles pacientes necessitados de outros remédios da
farmácia de alto-custo.
Convênio
com a rede privada e pagamento sem calote. O atendimento é prestado e o calote
continua, com atrasos que contribuem, e muito, para um maior fechamento dos
hospitais privados. Cuiabá perdeu nos últimos dez anos, cerca de mil leitos, e
a população aumentou.
No
caso da nossa prefeitura, ela confessa que há falta de médicos, logo a
população pobre está sem assistência médica.
O
difícil será encontrar profissionais qualificados para trabalhar em regime de
plantão, pois que, por 12 horas noturnas de trabalho por semana, se paga uma
ninharia. Existe, claro, a promessa de aumento salarial com a tal da
produtividade - que o governo paga quando pode, e não incorpora ao salário para
fins de aposentadoria.
O
médico, quando não morre no exercício da sua profissão, aposenta-se, e continua
fazendo bicos para comprar remédios.
Por
favor, passageiros homens do poder!
Parem
de subestimar a inteligência da gente cuiabana!
Cumpram
com os seus deveres, que é trabalhar em benefício da população e economizem os
recursos da publicidade enganosa. O povo sabe quando o seu dinheiro está bem
empregado e quando é engodo.
Imitem
as galinhas que, só cantam após botar o ovo.
Gabriel
Novis Neves
17-03-2012
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