O
governo do Estado anunciou que está falido e o remédio da esperança é o
tradicional “apertar o cinto”, encontrado em locais clandestinos de manipulação
de milagres.
Apertar
o cinto no linguajar político é fazer exatamente o que o político não sabe
fazer: economizar dinheiro público.
O
Estado confessou que no ano passado gastou mais de um bilhão de reais (preço da
Arena Pantanal) sem cobertura financeira.
Para
corrigir esse erro, que não foi nosso, promete para este ano tomar mais de
quarenta medidas severíssimas para cobrir o rombo!
Todo
mundo reconhece que o nosso ensino não é lá essa coisa e que o aprendizado de
matemática é um problema cultural.
Na
educação infantil as crianças já comentam sobre a dificuldade de entenderem
matemática, e, mais tarde, escolhem um curso onde essa disciplina não é
importante.
Voltemos
à economia do cinto apertado em época de eleições e à surdez do governo federal
com relação à liberação de recursos para o legado da Copa em Cuiabá.
Todo
esse esforço prometido do governo é no sentido de atingir uma meta de corte de
despesas de duzentos e cinquenta milhões por ano.
Isso
significa apenas um quarto de economia, se a meta for alcançada, comparando com
as despesas do ano anterior.
Chegaremos
em 2013 com uma dívida não programada, sem respeitar a lei da responsabilidade
fiscal, de um bilhão de 2011 mais setecentos e cinquenta milhões de 2012.
Sem
contar o endividamento das obras da Copa.
Voltaremos
a assistir a reprise do velho filme, O Calote.
Aliás,
alguns setores essenciais como saúde, educação, segurança e estrada, já sentem
o efeito calote.
Os
funcionários não privilegiados do Estado, que descontam parte dos seus salários
para um plano de saúde - o MTSAÚDE - estão sem atendimento médico, hospitalar e
ambulatorial.
Outros
funcionários da cúpula dos poderes possuem planos de saúde com direito a
tratamento fora do Estado em hospitais da moda.
Motivo
dessa tragédia? - (não encarada assim pelo governo): falta de pagamento aos
prestadores de serviços.
O
Centro de Reabilitação Dom Aquino Correa é um exemplo. Fechou há tempos as suas
portas por força do cinto apertado.
Médicos
estão em greve nos pólos mais importantes do Estado, antes de ser anunciado que
os recursos seriam diminuídos.
O
calendário escolar não está sendo respeitado na rede pública por falta de salas
de aula, e vencimentos ridículos de seus mestres.
Para
massificar uma frase de um ministro mato-grossense: até as pedras deste Estado
sabem como fazer economia, sem castigar ainda mais os pobres.
Basta
controlar os voos dos jatinhos oficiais, viagens inúteis, diárias perdidas e
diminuir a taxa de zelo que, facilmente, ultrapassaremos o déficit de 2011.
Claro
que para conseguir essa meta é necessária a colaboração da cúpula dos outros
poderes.
Os
pequenos funcionários que carregam a pesada máquina do governo e a população
que paga impostos, e não vê retornos, sairão às ruas aplaudindo esse cinto para
todos.
Não
se esqueçam criadores do cinto apertado, que o exemplo tem que vir de cima,
senão “não vai prestar”.
Gabriel
Novis Neves
02-03-2012
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