A
atual ministra do Planejamento repete o que ouvíamos de Gudin, Roberto Campos,
Delfim Neto, Simonsen, Reis Veloso, FHC e Malan, só para citar os mais
importantes professores e ex-ministros, sobre a economia do Brasil.
A
receita do governo popular socialista é a mesma dos chamados governos
reacionários da direita.
O
método utilizado atualmente no governo participativo em nada difere do governo
militar. Dona Miriam repete o que aprendeu com os seus antecessores para salvar
o Brasil da falência. Fez, segundo ela, um cortinho no orçamento aprovado pelo
Congresso e sancionado pela Presidente de R$ 55 bilhões de reais.
Realmente
é um cortinho, pois, com os feriados previstos para este ano, perderemos R$ 45
bilhões, segundo os mais otimistas. Certas coisas em economia eu não entendo e
nem irei entender.
Quando
dois e dois são cinco, o melhor é não discutir com essa gente de linguajar
diferente que é o economês.
O
remédio indicado é cirúrgico. E falam que o problema é tão sério, que em vez do
bisturi será utilizado a navalha e a tesoura.
Pelos
corredores oficiais, como das outras vezes, dizem que ordens superiores mandam
cortar a própria carne dos gastos governamentais.
Pesquisei
os órgãos públicos que receberão a tesourada.
Imaginei
que a cirurgia fosse começar pelo Congresso Nacional, Poder Judiciário,
Tribunal de Contas, cartões corporativos, excesso de despesas com jatinhos e
diárias, número escandaloso de cargos comissionados, os conhecidíssimos e
disputadíssimos DAS (Direção de Assessoramento Superior), além da infinidade de
contratos de preenchimento temporário.
Nadinha
disso. A tesourada acertará benefícios previdenciários, saúde, ministério das
Cidades, ministério da Defesa, complemento do FGTS, ministério da Justiça.
O
trajeto da tesourada não foi feito por critérios de prioridade. Todos sabem da
situação da nossa saúde pública por falta de financiamento público e esse
cortinho de 5.4% no orçamento da saúde, ninguém entendeu.
Outro
problema é com a nossa defesa, principalmente na fiscalização das nossas
fronteiras, na luta com as drogas (3.8%).
Deixo
de comentar o que significa diminuir recursos para os problemas das nossas
cidades, o crônico déficit da previdência dos pobres, além de diminuição de
subsídios (5.1%), principalmente para a nossa educação.
Em
nosso rico Mato Grosso, onde temos tantos reis da produção de alimentos, 90%
dos nossos professores do ensino fundamental, ganham abaixo do salário básico
do sindicato.
As
ruas não se conformam com esse cortinho da Dona Miriam de R$ 55 bilhões como
foi feito.
Se
não pode mexer no bolso dos poderosos, acabe com os feriados, pelo menos.
Assim
como foi feito o cortinho, é uma terrível injustiça social em um governo que
diz que faz tudo pelo social.
Gabriel
Novis Neves
25-02-2012
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