segunda-feira, 5 de março de 2012

Sensatez


O senador Blairo Maggi deu uma verdadeira aula de sensatez ao falar do seu futuro político.
É difícil ouvir de um político profissional palavras de tanta sabedoria como as proferidas pelo senador.
Em recente entrevista ele defendeu a renovação no comando do Paiaguás, numa resposta direta aos vendedores de ilusões.
Não acha mais novidade, como foi em 2002, embora não tanto.
“O que é bom para a política é o desafio. O desconhecido. É brigar o tempo todo para mudar, mesmo que saiba que não vai mudar, mas você vai “persistir” - declarou o senador.”
Alega o senador que agora já conhece os problemas do Estado e que sabe até onde pode ir com as imensas limitações do cargo, exercido por oito anos de governador.
Diz ele: “o ímpeto é importante, e quando ele é impedido o governante para de sonhar, ao conhecer o seu quadrado de trabalho.”
Mesmo alguns programas que fez nos seus oito anos de governo, acredita ser quase impossível de fazer hoje. 
O senhor está corretíssimo senhor senador. Nada na vida se faz sem motivação e com homens experientes.
A desmotivação do senador é evidente para retornar a um cargo que o desmotivou. Sem esse combustível não conseguimos sair do lugar.
Nunca deveremos voltar a um cargo já exercido. A comparação é a cruel moeda da cobrança - e os tempos são outros.
Todos nós moramos durante nove meses no útero materno. Não conheço ninguém que conseguiu retornar a sua casa original, embora simbolicamente demonstrássemos essa nossa vontade diariamente.
No país da idolatria do poder, é saudável ouvir de quem esteve, e está lá, que o verdadeiro poder é a liberdade de viver e sonhar, fora daquele quadradinho que é oferecido em troca de algumas regalias transitórias.
O homem nasceu para ser livre, e não burro de cangalha, como diz o senador - ao deixar claro que não vai carregar ninguém nas costas no pleito municipal deste ano.
A fila deve estar enorme na casa do senador.
Sempre acreditei no novo, naquele que precisa provar que é digno das nossas esperanças. 
Já fui o novo e errei ao repetir o desafio. Retirei-me do cenário público e continuo colaborando com a sociedade, acredito, em outra frente, onde sou novo.
Não tenho preconceito, mas desconfiança dos “experientes.” Exatamente isso que o senador fala, - “hoje conheço todos os problemas do Estado e sei que não tenho condições de resolver.”
Por sinal nem ele, nem ninguém. Com esse modelo político centralizador e ditatorial, o nosso futuro é o presente que vivemos.
O mundo anda a procura de novos caminhos, que devem ser descobertos pelos homens.
Trabalhei com o governador numa situação que me deixa muito feliz com a sua sensatez.
Ele tinha o ímpeto do conhecimento, eu retornava a um cargo por mim ocupado há anos. Não deu certo administrativamente. Eu tinha adquirido aquilo que me faltou na primeira vez: experiência.
Senador, uma resposta aos amigos do poder: “O importante na vida pública é ter sido e não ser.”
O difícil será encontrar o novo.

Gabriel Novis Neves
11-02-2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.