terça-feira, 20 de março de 2012

PERFIL TÉCNICO


Os marqueteiros trabalharam muito para transformar o perfil da presidente.
Repetida à exaustão por todos os órgãos da imprensa, ficou a imagem de técnica eficiente e ótima gerentona.
Passado o primeiro ano do seu governo, essa falsa imagem de técnica, gerentona, inflexível em concessões políticas, parece que desapareceu.
Na montagem do ministério inicial, já demonstrou que era mais política que técnica, pelas inúmeras concessões que ela foi obrigada a fazer para governar.
Essa arrumação tem o nome científico de base de sustentação do governo, sem a qual não se faz nada.
Dentre os exemplos mais emblemáticos de que a presidente era política, cito: a nomeação imposta pelo pessoal do Maranhão do velhinho do motel para o ministério do Turismo; da professora derrotada nas urnas, para a Pesca; do homem derrotado no Amazonas para Estradas e tantos outros, em um universo de trinta e oito ministérios.
Os experientes analistas políticos disseram que esse ministério representava votos na Câmara e no Senado e, de técnico, não tinha nada.
Falaram muito em desvios éticos de alguns ministros, que em represália, para salvarem as suas honras, pediram demissão em caráter irrevogável.
O Brasil perdeu os ministros dos Transportes, Casa Civil, Turismo, Esportes, Agricultura, Trabalho, Cidades e Integração Nacional. O da Defesa pediu para sair, por achar o adversário da presidente mais preparado para o cargo de mandatário primeiro desta nação, e, além disso, tinha o hábito de criticar os seus colegas publicamente.
Na fila, empacado com o seu pedido de demissão a pedido - pelo mesmo motivo que os outros -, o ministro do Desenvolvimento. Alguns abandonaram o barco para se candidatarem nas próximas eleições municipais e outros reconheceram a sua incompetência.
Mudou a sua estratégica técnica limpando o segundo escalão. O destaque fica por conta da demissão do presidente da Petrobrás. Professor qualificado para exercer o cargo, fez durante o período de presidente da estatal, mais política partidária que ações técnicas.
Em seu lugar foi colocada uma amiga da presidente, que em 2007 assumiu uma diretoria na Petrobrás.
Acontece que o marido da atual presidente da Petrobrás, quando a sua mulher assumiu aquela diretoria, possuía apenas um contrato com a estatal, revela o ex-senador Arthur Virgílio, e que: “a partir daí, coincidindo com a nomeação da sua mulher para uma diretoria, sua empresa começou a “prosperar.”
“Hoje, o marido da ex-diretora da estatal possui 43 contratos com a Petrobrás, dos quais, 20 foram obtidos sem licitação”, conclui o ex-senador.
Se for esse o perfil técnico, teremos mais alguns anos de pedidos de demissões a pedido, e que a ética vá para o desfile dos escrúpulos do poder.

Gabriel Novis Neves     
10-02-2012

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