sábado, 17 de março de 2012

Descrença


Um país que não consegue administrar os seus aeroportos será que tem condições de gerenciar com eficiência projetos mais complexos como os da educação, da saúde e da segurança da sua população?
Não faço parte dos pessimistas e tampouco torcedor do quanto pior, melhor.
Agora, que é preocupante constatar isso, é.
O governo justifica a sua decisão dizendo que o sistema aeroportuário, sempre tocado por eles, chegou à exaustão.
Na iniciativa privada, exaustão é falência.
O governo brasileiro faliu os nossos aeroportos, construídos com o nosso dinheiro, e a solução foi entregar a sua gestão a quem tem competência e está fora da onerosa máquina administrativa chapa branca.
O grupo de empresários que ficou com os três mais importantes aeroportos Guarulhos em São Paulo, Viracopos em Campinas (SP), além de Brasília, estão felizes.
Dizem que fizeram um negócio da China com o incompetente governo e vão ganhar muito dinheiro.
Grande parte dos recursos a serem investidos na modernização e ampliação dos aeroportos adquiridos, virá de recursos do próprio governo, que serão pagos em suaves e longínquas prestações.
Os empresários esperam dos consórcios a obtenção de lucros motivadores para se habilitarem a compra dos outros importantes aeroportos brasileiros.
O governo está apavorado com a chegada da Copa do Mundo, e a falta, ou a vergonhosa situação dos nossos aeroportos, é um verdadeiro cartão negativo de visitas aos turistas do mundo todo.
Cada vez que me lembro da história do nosso aeroporto, chamado de internacional e de bi-citadino, eu fico com a certeza que ele não iria prestar - como diria o jornalista Marcos Antonio Moreira.
Feito às pressas, sem planejamento, tendo na cabeceira da sua pista o único acidente geográfico elevado do pantanal (Morro de Santo Antonio), analiso o poder construtor de um distúrbio gastrointestinal em uma primeira dama, jovem e bonita do Brasil.
A ampliação do aeroporto da diarréia é chamada, humoristicamente pelos velhos cuiabanos conhecedores da história, de puxadinho - local onde, bem antigamente, eram construídos os sanitários dos casarões cuiabanos. 
Um pouco de história é sempre importante para ajudar na compreensão das gerações mais novas.
Será que um país que tem uma das principais economias do mundo e que foi várias vezes campeão do mundo na produção de alimentos e do futebol, não tem capacidade de administrar aeroportos bem inferiores aos melhores do mundo?
É um absurdo o que acontece por aqui, onde, até o petróleo da camada do pré-sal, será explorada por particulares.
Uma ONG bem que poderia administrar o Brasil.
É a nossa triste realidade - produtora de tanta descrença nos jovens.

Gabriel Novis Neves
27-02-2012

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