O
elegante e simpático animal listrado não faz parte dos vinte e cinco bichos do
popularíssimo, jogo do bicho.
Assim
que o governo oficializou os jogos de azar, com a sua loteria esportiva,
reparou essa injustiça, e adotou a zebra nos anúncios dos resultados do futebol
dos domingos, no Fantástico.
Ela
passou a ser carinhosamente chamada de zebrinha por milhões de brasileiros.
Aos
distraídos ela sempre avisava: “olha eu aí! ...ka...ka...ka”. Seus olhinhos
piscavam rapidamente, toda afetada, em um sinal claro de gozação, quando o
resultado do jogo era o inesperado. A zebra do domingo à noite, além de famosa,
era odiada e amada.
“Deu
zebra” se transformou em um jargão muito popular, utilizado, não só no futebol,
mas em qualquer empreendimento de resultado contrário ao esperado.
Em
nosso Estado, ultimamente, temos tido muitas zebras. Embora sejam animais que
possuam o seu habitat na África, adaptaram-se muito bem por aqui, chegando a
provocar reações de ciúmes nos antigos, que estão sempre a murmurar: - só tem
zebra nesta terra!
Encontramo-nos
diariamente com zebras das mais variadas espécies. Sempre bem humoradas e
frequentando os lugares mais sofisticados da cidade, especialmente os do poder.
O
secretário de Saúde do Estado foi nomeado pelo governador. Assinou atos que
foram publicados no Diário Oficial. Surgiram então as reclamações de acúmulo de
cargos, vetado pela remendada Constituição Brasileira. Deu zebra.
Para
espantar o lindo animal, o governador teve que demitir o secretário de saúde de
fato, que não é qualquer um, e anular os seus atos publicados no Diário
Oficial.
O
governo do Estado vai à Rússia e compra jipes para fiscalizar a nossa imensa
fronteira, e ainda adianta um tanto em dinheiro como sinal de negócio fechado.
A zebra aparece novamente, causando grandes estragos, até agora não corrigidos,
pois tem gente mentindo.
Com
a saúde pública, sucateada e falida, principalmente por falta de financiamentos
públicos, escolheram Organizações Sociais para resolver a situação no Estado.
Os
poucos hospitais públicos foram entregues a essas OSS, com valores pagos,
superiores aqueles da tabela do SUS.
Foi
a maior zebra conhecida na nossa saúde pública. Medicamentos de médio e alto
custo continuam faltando, e as filas para consulta e internação, cada vez
aumentam mais. Zebrona.
Iniciou-se
o período escolar, e há um calendário de dias e carga horária para serem
cumpridas por determinação do Conselho Nacional de Educação.
No
período de férias escolares o governo não preparou fisicamente as suas escolas
para o novo ano letivo.
Professores
concursados aguardam nomeação. Os temporários são nomeados. Muitas escolas
estão pensando em reformas após o período de chuvas (abril), e, no momento, não
têm condições de receber alunos e professores.
Casas,
galpões, salões, armazéns e igrejas são improvisados em escolas. Na avaliação
dos alunos, vai “dar zebra”; na dos professores, frustração.
Com
exceção das obras do campo de futebol para os jogos da Copa, hoje com 25% do
projeto em andamento, as demais estão aguardando recursos federais.
É
zebra sem dinheiro. Esperavam-se ovos de ouro, que a galinha não botou.
Existem
também as falsas zebras.
Olha
uma falsa zebra: nenhuma empreiteira do Estado participará das obras da Copa.
Estas serão convidadas a construir meio-fios nas avenidas e pintá-los de acordo
com o patrocinador da obra. Se os recursos forem da prefeitura, será tudo azul
e branco.
Isso
foi combinado antes do início das obras, e estava escrito há dez mil anos
atrás.
As
empreiteiras locais, que prestam serviços ao Estado, por falta de pagamento de
serviços prestados, paralisaram suas obras por toda esta terra. Outra falsa
zebra.
Ninguém
acreditar no SUS não é zebra, é exemplo de cima.
O
MTSAÚDE não paga médicos, laboratórios e hospitais? Isso é tradição do
governo, e não, zebra.
Como
são bonitas as zebras! Embora, mais odiadas que amadas.
Gabriel
Novis Neves
01-03-2012
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